"Três casamentos e a mesma infelicidade"

16/11/2012 00:56

Uma Mulher Triste - Jundiaí (SP)

 

Querido Poeta do Amor. Me perdoe pelo anonimato, mas eu prefiro assim. Sou uma dessas mulheres românticas e sonhadoras, sempre fui e nunca deixei de sei. Hoje tenho quase 50 anos, mas desde a adolescência sonho com o grande homem da minha vida e faço tudo para ser feliz. Sou uma mulher intensa. Quando quero eu quero e quando o amor acaba eu jogo a toalha e parto para um novo amor. Faço isso sem me preocupar com nada e com ninguém, apenas perseguindo meu sonho que é ser feliz. Tive muitos namorados, noivei algumas vezes e estou vendo acabar meu terceiro casamento, porém ainda sou uma mulher triste. Por que não tenho sorte no amor? Por que mesmo seguindo a fórmula certa eu não consigo dar sorte?

 

Olá querida. Em primeiro lugar, obrigado pela confiança de nos procurar e confidenciar seu drama. Não se preocupe com o anonimato. Aqui respeitamos essa decisão do leitor, pois o que nos importa é a abordagem de temas que possa ajudar tanto quem nos escreve, quanto os tantos leitores que nos acompanham e que eventualmente podem vir a identificar-se com algumas dessas questões levantadas.

Eu serei breve, objetivo e sincero com você. 

Você está no terceiro casamento e ainda que chegue ao décimo, não conseguirá alcançar o sonho da felicidade, pois o que você chama aqui de "fórmula certa", eu denominaria de grave equívoco.

Sua idéia de intensidade, que lhe induz a amar com prazo de validade e descartando relações com base no tal momento em que "o amor acaba", é justamente o ponto crítico e agudo dos seus desacertos. Tenho dito aqui reiteradas vezes que não existe esse tal "amor que acaba". Sentimentos derrotados podem absorver as mais diversas nomenclaturas, mas nunca por justiça deverão ser chamados de amor.

Eu não acredito em destinos e sim no governo soberano de Deus em todas as coisas e noto que sua infelicidade é fruto daquilo que você semeia. Você afirma que "joga a toalha", ou seja, larga tudo, quando percebe que "0 amor acabou". Isso me parece uma clara confissão de que algumas relações suas terminam porque você mesma decida interrompê-las, o que presumo deva envolver a despreocupação com o estado emocional de quem você deixa para trás. Algumas pessoas acham que têm o direito de desprezar o "amor da esquina anterior" só porque acharam "um novo amor" na esquina seguinte. Isso, porém, a meu ver é um ato de pura maldade e frieza de alma; um ato egoísta e impulso, que muitas vezes tenta inutilmente justificar até mesmo um contexto de traição e deslealdade. Será difícil ser feliz algum dia na vida, quando deixamos para trás rastros de lágrimas e almas fraturadas.

A felicidade - sobretudo a do amor - é uma benção sublime e suprema. Vem de Deus e agracia todos aqueles que a ela fazem jus. Para tal, ante de tudo é peciso fazer uma reavaliação pessoal e uma mudança de conceitos. Essa tal intensidade deve ser substituída por um espírito altruísta, carinhoso e resignado. E a mentalidade de que o amor acaba para que outro chegue, deve ser definitivamente eliminada, dando espaço para uma visão de investimento eterno do coração, que se proponha a lutar inteligentemente pelo amor, a enfrentar seus obstáculos com determinação, a exercer todas as virtudes contidas em ! Cotíntios 13 (leia na Bíblia) e nunca desistir dos resultados que isso certamente proporcionará.

Quem faz boas e sábias escolhas não costuma passar por decepções. Algumas pessoas pensam que o amor é uma espécie de roleta russa ou loteria do "tudo pode acontecer". Ledo engano também.

O amor é uma guerra vencida, é um triunfo garantido e um céu de portas abertas. Quando não é assim, convém cogitarmos a possibilidade de que o problema somos nós e que namorar, noivar e casar, tantas e quantas vezes possíveis, servirá apenas para o acúmulo de novas decepções e tristezas.

Deixe Jesus governar o seu coração e transformar a sua alma. Sendo assim, voce passará a entender o que de fato é o amor!

 

Estarei orando por você. Um grande abraço.

 

Reinaldo Ribeiro