Igreja conformada. O Alzheimer espiritual.

11/02/2014 10:28

 

 

Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos,

renovando vossa maneira de pensar e julgar,

para que possais distinguir o que é da vontade de Deus,

a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito.”

(Romanos 12:2)

 

 

À medida que uma metrópole vai crescendo, os velhos prédios vão dando lugar aos novos empreendimentos. Imóveis mais antigos só são interessantes quando bem localizados. Podem ser demolidos e em seu lugar construir outros novos, com ótima valorização.



Nesses casos, é comum deparar com proprietários que se recusam categoricamente a vender o imóvel onde moram. Mesmo recebendo boas propostas, preferem continuar onde estão. O argumento mais comum é que depois de tanto tempo de residência, já estão acostumados ao ambiente. Toda rotina diária está esquematizada em função do local. Lá encontram tudo o que precisam para viver tranquilamente. Tem a farmácia, a quitanda, a padaria, a clinica, o banco e o cabeleireiro.



As vantagens de uma mudança como o bom efeito psicológico, a possibilidade de aplicar o dinheiro em outros investimentos mais rentáveis, não os sensibilizam. O que acontece com frequência é que a casa vai ficando isolada, destoando do padrão da rua. Podem até perder mais valor dependendo do que é construído ao seu lado. Então, é preciso estar atento ao momento certo de vender, sob o risco de se ter um bem encalhado para sempre com grande prejuízo.



Ao que parece, a igreja de Cristo também está entrando nessa onda. Ela está gostando de ficar onde está, mesmo sabendo que aqui não é o seu lugar. Ela está envelhecendo e perdendo a visão. Sente dificuldade de enxergar e de entender o que vai acontecendo à sua volta. Está se esquecendo de quem é, como quem sofre do mal de Alzheimer.



O motivo dessa acomodação é que ela pensa que tem tudo o que precisa ao alcance de suas mãos. Aos poucos ela está prescindindo da ajuda Divina e da Bíblia, que lhe soa como algo um tanto antiquado. Hoje as opções de assessoria são fartas e isto lhe parece bastante atraente. Está ficando mais prático. Oração de arrependimento, de confissão de pecados é humilhante e contraproducente. Hoje se fala em elevar a autoestima para se ter qualidade de vida. Para ajudar seus membros em crise basta um tratamento com ótimos profissionais na área da psicologia e da autoajuda.



Para promover o crescimento da igreja, há os métodos dos gurus apostólicos, que são orientados para que se tenham resultados. Se funciona com as empresas, porque não funcionaria para igrejas?

 

A doutrina bíblica lhe parece muito radical e não consegue aplicá-la satisfatoriamente ao mundo pós-moderno. Hoje a palavra de ordem é contextualização. É mais elegante. Termos como pecado, condenação e inferno não agradam. Basta falar do amor, de tolerância, que é politicamente correto. Afinal, todos os caminhos conduzem ao topo do monte.



Em Efésios, a Igreja é descrita como a noiva que vai responder ao chamado de Cristo, quando Ele voltar no final dos tempos. Mas quando Cristo chamar a Igreja, ela vai amar Sua vinda? 



Quando esse evento ocorrer será percebido pela sociedade? Ao que parece a segunda vinda de Jesus será bem discreta, quase imperceptível no primeiro momento. Não porque a vinda de Cristo não seja gloriosa, mas porque a Igreja não vai dar o seu testemunho de fé e de vida. As igrejas continuarão cheias com seus pastores pregando a nova ordem religiosa (com o herético discurso humanista da prosperidade) e não as boas novas de salvação. Não perceberão o anúncio da chegada do Noivo porque não entenderão a sua voz quando a ouvirem, posto que o que procuram nada ou pouco tem a ver com o projeto de Deus.



Jesus não deixou que o joio fosse arrancado do meio do trigo, sob risco de arrancar também o trigo. Apenas uma fração dos cristãos entenderá e atenderá ao chamado de seu Senhor.



Em qual categoria cada um de nós se enquadrará? O que Ele espera de nós é que permaneçamos fiéis  (I Co 4.2) e isto até a morte. Então receberemos dEle a coroa da vida. O Senhor já é vitorioso desde a primeira vinda. Na primeira veio como Salvador. Na segunda virá como Juiz. Pense nisso.

 

Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, 

venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!” 

(Apocalipse 22.20)