Entre o orgulho e o amor

27/03/2013 16:36

 

Mensagem enviada por Nelson Galeano - Blumenau (SC)

 

Meu prezado amigo Reinaldo Ribeiro, nem sempre o amor é uma alternativa adequada e na maioria das vezes ele nos fere mais do que nos faz feliz. Talvez fosse uma vergonha para a maioria dos homens declarar publicamente que seu amor foi premiado com uma covarde traição, mas é esse justamente o meu caso. Como toda pessoa digna eu me desliguei da pessoa em questão, mas confesso que esquecer é mais difícil. Então de repente, a pessoa aparece, chora na sua presença, admite que errou e implora por perdão. Bem que eu queria perdoar, essa era a vontade, mas sempre aprendi que traição não se perdoa, deixei o orgulho vencer e minha família foi destruída. Você acha que eu errei?

 

Olá meu amigo Nelson. Quanta coragem de sua parte. Falar abertamente sobre um tema tão delicado e cercado por estigmas foi mesmo um gesto louvável de sua parte e antes de qualquer coisa quero louvar publicamente sua atitude.

Você não teria chegado até aqui e se manifestado dessa forma se realmente não estivesse sob profunda crise de angústia. Por isso serei bastante sincero ao ajudá-lo nesse momento.

Você vive um coflito entre razão e emoção. O orgulho reivindica o comando de sua lógica, mas o amor tenta convencê-lo de que as consequências do perdão podem lhe devolver a felicidade dos tempos passados. E você não sabe a que voz ouvir. Esteja certo de uma coisa: milhões de pessoas passam pela mesma situação e certamente você estará ajudando algumas delas, que por aqui passarão.

Nenhuma decisão que seja verdadeiramente determinante para a felicidade humana é fácil. E em cada uma delas temos que optar entre os lucros e prejuízos para a alma. Cabe a cada um recorrer ao seu juízo de valores para decidir qual deles pende de forma mais determinante.

Como homem comum eu lhe diria que não deve retroceder, que é hora de amar um pouco a si mesmo e que se ofertar uma nova chance pode ser que esteja perdendo por completo o seu direito a ser moralmente respeitado por essa pessoa. É assim que a lógica do raciocínio humano entende casos dessa natureza. Muitos recorrer a atos violentos e o simples fato de você ter se saído pacificamente da relação, para muitos, já seria suficiente heroísmo. Mas será que o bem para a sua alma se contentaria apenas com esse ato?

Como conselheiro cristão eu me sinto no dever de lhe orientar sobre o que diz as Escruturas acerca do orgulho e do perdão. Observe atentamente:

 

Sobre o orgulho:

 

 

Não multipliqueis palavras de altíssimas altivezas, nem saiam coisas árduas da vossa boca; porque o SENHOR é o Deus da sabedoria, e por ele são

as obras pesadas na balança. - I Samuel 2:3

 

Vindo a soberba, virá também a afronta; mas com os humildes está a sabedoria. - Provérbios 11:2

 

Da soberba só provém a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria. - Provérbios 13:10

 

O SENHOR arrancará a casa dos soberbos, mas firmará a herança da viúva. - Provérbios 15:25

 

O galardão da humildade e o temor do SENHOR são riquezas, e honra, e vida. - Provérbios 22:4

 

A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra. - Provérbios 29:23

 

Aquele pois que cuida estar em pé, olhe não caia. - I Coríntios 10:12

 

Ora a lei não é da fé; mas o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá. - Gálatas 3:12

 

Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará. - Tiago 4:10

 

Sobre o perdão:

 

Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. - Mateus 6:14-15

 

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; - Mateus 5:7

 

Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete. - Mateus 18:21-22

 

Uma análise, mesmo superficial, dos textos citados nos deixa claro a indicação para que saibamos abandonar todo orgulho e presunção, perdoando incondicionalmente as faltas e prejuízos a que somos vitimados. É claro que você sempre verá com desconfiança e discordará desse tipo de orientação bíblica. De fato, seguir a vontade de Deus sempre representará algum tipo de renúncia e um elevado dom de nobreza interior.

Você foi nobre a ponto de vir aqui em busca de ajuda e declarar tão corajoso depoimento. Vá mais longe, perdoe sua esposa e lhe dê uma nova oportunidade. Seu casamento é uma boa razão pra. Sua família é uma boa razão pra isso. Não sei se ela saberá valorizar seu gesto, mas tenho certeza de que se você não experimentar - tempos depois estará se punindo por isso. Por outro lado, sua consciência diante de Deus e do mundo estará sob plena inocência. E se der certo, mesmo sendo uma atitude difícil, pelos resultados que trará, terá valido a pena.

Faça isso por você. Faça por Deus. Faça por sua família e pelo amor que nitidamente você ainda sente por ela!

 

Que Deus o abençoe, em Nome de Jesus!

 

 

 

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