"Quando ama um coração!"
25/10/2012 11:20
No dia em que desiste da batalha contra o reconhecimento
No dia em que desiste da batalha contra o reconhecimento
E se recolhe ao indizível fervor que lhe apraz
No dia em que se curva às lágrimas que lhe trazem tormento
Quando a sós consigo mesmo já não consegue obter paz!
Todas as vezes que nega tudo quanto roga o seu silêncio
A cada acelerado batimento, que lhe foge à administração
Quando uma específica imagem, fortemente lhe furta o senso
Quando de febre ele arde e se declara inimigo da razão!
No instante em que ensurdece para a lógica que lhe opõe
Em meio ao perigo, que fútil se torna, ante a sua diligência
Quando decreta como certos os favorecimentos que supõe
Quando a vontade de voar é bem maior que a sua paciência!
Jamais se torna cego, mas só um horizonte ele avista
Não se torna louco, mas reformula a seu favor os seus conceitos
Quando sente fome, de um único item preenche sua lista
Quando sente frio, só consegue aquentar-se em precisos seios!
Não adianta lhe contradizer, será inútil lhe aconselhar
Ele só consegue se descobrir quando se esconde em outro ser
É impossível desperceber um coração que se acha a amar
É impossível sem amor obrigá-lo a ter vontade de viver!
Reinaldo Ribeiro
Para ler esse Poema no Recanto das Letras