Baal só mudou de roupa

31/01/2014 03:28

 

 

O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente;

não há nada novo debaixo do sol”.

(Eclesiastes 1:9) 
 


Os liberais de hoje — ou “progressistas”, nome mais discreto pelo qual preferem ser chamados — atuam movidos por uma ideia errada e estranha. Em outras palavras, não há nada que seja de fato “progressista” nos dogmas fundamentais de sua cega religião humanista e secular. Aliás, o liberalismo moderno é em grande parte a versão recauchutada e esterilizada de uma mitologia antiquada — uma mitologia que existe antes do único movimento que realmente traz progresso, que é o Cristianismo bíblico.

 

A adoração a Baal possui uma ligação cada vez mais forte com o seu descendente moderno: o esquerdismo e o liberalismo. Baal, o deus da fertilidade que era meio touro e meio homem, era o ponto central da idolatria pagã no Israel semítico antes de Deus ter revelado Sua natureza monoteísta para os precursores do Judaísmo.



Embora tenham adquirido um aroma mais moderno, os princípios fundamentais da adoração a Baal permanecem vivos nos dias de hoje. As principais colunas do baalismo eram o sacrifício de crianças, a imoralidade sexual (tanto heterossexual quanto homossexual) e o panteísmo (adoração da criação acima do Criador).

 

 

A adoração ritualística a Baal, em resumo, funcionava da seguinte maneira: Os adultos costumavam se reunir em volta do altar de Baal. Recém-nascidos eram então queimados vivos como oferta sacrificial ao falso deus. Em meio a tamanha crueldade, os adoradores — homens e mulheres, sem distinção — se engajariam em orgias bissexuais. O ritual da conveniência tinha como propósito produzir prosperidade econômica estimulando Baal a mandar chuvas para que a “mãe terra” experimentasse fertilidade. 

 


As consequências naturais de tal conduta — gravidez indesejada e parto — e os pesos financeiros associados eram facilmente resolvidos. O adorador poderia escolher se engajar em relações homossexuais ou poderia simplesmente — com a disponibilização legal do sacrifício de crianças — participar de outra cerimônia de fertilidade para eliminar o bebê indesejado. 

 


O liberalismo moderno é pouca coisa diferente de seu antigo antecessor. Embora seus rituais macabros tenham sido modificados e maquiados com termos floridos e eufemistas de arte, seus principais dogmas e práticas permanecem assustadoramente semelhantes. A adoração da “fertilidade” foi substituída pela adoração da “liberdade reprodutiva” ou “liberdade de escolha”. Os sacrifícios de crianças por meio de oferendas de fogo foram atualizados, ainda que levemente, para se tornarem sacrifícios de crianças por meio de abortos cirúrgicos ou químicos. A promoção, prática e celebração ritualista da imoralidade e promiscuidade heterossexual e homossexual foram cuidadosamente camufladas — e adotadas com entusiasmo — pelas religiões do feminismo radical, do movimento homossexual militante e do movimento que quer implantar abrangente educação sexual nas escolas. E a adoração panteísta da “mãe terra” foi substituída — apenas no nome — pelo ambientalismo radical.

 

Entretanto, não são somente aqueles que se intitulam “progressistas” ou humanistas seculares que adotaram as colunas fundamentais do baalismo. Nestes tempos pós-modernos, estamos lamentavelmente vendo o advento de uma espécie de “Cristianismo emergente”, que é contrário à Bíblia, o qual prefiro chamar de “pseudo-Cristianismo”. 



Essa tendência é meramente um liberalismo embonecado e imerecidamente carimbado como “cristão”. É um jeito de ideólogos depravados terem seu próprio “cristianismo” e o praticarem. Sob o pretexto da “justiça social”, seus seguidores muitas vezes apoiam as mesmas políticas pró-homossexualismo, pró-aborto e pró-ambientalismo radical promovidas pelos modernos adoradores de Baal.

 

Embora a “esquerda cristã” represente uma minoria insignificante dentro do Cristianismo maior, apesar disso os meios de comunicação liberais abraçaram a causa deles e adotaram a popularidade deles entre as elites como prova de que a tão chamada “direita cristã” (leia-se: Cristianismo bíblico) está perdendo influência — que o Cristianismo está, de certo modo, “acompanhando a evolução dos tempos”. 


Pelo fato de que o Cristianismo emergente não consegue passar pelo teste de autenticidade toda vez que é sujeito ao exame bíblico mais leve, suspeito que com o tempo ele acabará em grande parte se extinguindo. Mas isso não absolve os líderes evangélicos de sua obrigação de cobrar explicações acerca dessa heresia de outros líderes envolvidos nessa revolução contrária aos princípios bíblicos. Não é uma questão de direita versus esquerda; é uma questão de certo e errado — de princípios bíblicos versus princípios não bíblicos. 
 


Apesar disso, as colunas acima mencionadas do baalismo pós-moderno — aborto, relativismo sexual e ambientalismo radical — quase que certamente farão rápido progresso nos próximos quatro a cinco anos, com ou sem a ajuda da esquerda cristã. Os deuses do liberalismo têm sacerdotes supremos no meio político, e desfrutam muitos seguidores devotos nos veículos de comunicação liberais, nas instituições de ensino e na intelectualidade que se julga detentora da ciência e da sabedoria. 


Portanto, o liberalismo de hoje é realmente apenas um velho livro com uma lustrosa capa nova. Uma filosofia enraizada nas antigas tradições pagãs, das quais nada há para se orgulhar.  É vendido como o doce remédio das revoluções sociais, contudo não passa da mesma lepra espiritual que sempre foi.



É verdade. Salomão estava coberto de razão: “não há nada novo debaixo do sol”.