Dilacerando as máscaras da prostituição

14/12/2013 02:14

 

 

“Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, 

e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.”

(I Coríntios 6:20) 

 

 

O argumento do Apóstolo Paulo é simples e taxativo. O corpo deve glorificar a Deus, porque pertence a Ele. O discurso secular de que somos donos de nossos próprios corpos e, portanto, livres para deles fazermos o que quisermos, não é apenas uma filosofia licenciosa insustentável dentro do ponto de vista moral, como também um claro sintoma de uma busca filosófica que justifique vícios, abortos, prostituição e demais abusos da própria esfera física. Se para aqueles que estão em Cristo a Bíblia afirma serem seus corpos propriedades de Deus, o mesmo raciocínio se aplica aos que não estão em Cristo, os quais apenas julgam terem domínio de si, quando na verdade cedem e servem à influência do inferno.

 

A análise do Apóstolo era pautada pela cena histórica da antiga cidade grega. Tudo, na cidade de Corinto, era um convite à prostituição do corpo – até os rituais no templo pagão implicavam relações sexuais com as sacerdotisas. Como não podia deixar de ser, o assunto da pureza do corpo fez parte do debate cristão, na igreja de Corinto.



Hoje, como no primeiro século em Corinto, a filosofia do mundo é a prostituição do espírito, seguida pela prostituição do corpo. A filosofia do mundo, quando ensina sobre dois corpos, não consegue ver o amor e fica reduzida à transação carnal e ao interesse particular. O mundo não consegue ver o amor, porque o amor é dádiva do Senhor. Aquele que recebe, pela fé e pela obediência, o amor divino, não acha correto prostituir o corpo.

 

É claro que o termo prostituição está muito associado à imagem extremada do submundo inescrupuloso que faz do próprio corpo um balcão de negócios imediatistas. Todavia a prostituição não deve ser encarada meramente como um ato e sim como um conceito, uma motivação e um princípio. Dentro desse pressuposto, aos olhos de Deus, não apenas o farrapo humano que se degrada nas esquinas, estaria inserido nesse pecado, como também os que se relacionam em troca de ascensão social, os que aderem ao “bom casamento”, motivados pela conta bancária do cônjuge, os que exploram a sensualidade fingindo não se aperceberem e todos que encontram na aparência física uma forma de vantagem pessoal, seja ela qual for. Situações essas que se esparramam pelas ruas, mas que também desfilam nas igrejas e nas rodas da hipócrita burguesia.

 

Ao aprender que o corpo “é o templo do Espírito Santo, que habita em nós”, o cristão consegue glorificar a Deus, em seu corpo. Desperta em seu coração a noção de que a vaidade não lhe cabe, que a aparência do mundo não lhe compete e que o corpo seguirá as ordens do coração. Logo, o exterior mostrará o que de fato existe por dentro.

 

Essa foi a mensagem de Paulo. Foi escrita para Corinto. E é para a igreja de hoje. Para os corpos dos cristãos de hoje. E para a reflexão daqueles que se dizem puros, quando na verdade jamais o foram!