DÚVIDAS POLÊMICAS E RESPOSTAS SINCERAS

28/11/2014 02:39

 

 

Jones Weverton – Santarém(PA)

 

Amado Pastor, Como o senhor já afirmou e reafirmou por diversas vezes nada mais lhe assusta na natureza humana e só quem não conhece a natureza humana se espanta e se escandaliza com as coisas que acontecem em nosso tempo e no dito "meio evangélico". Neste meio, ultimamente, temos visto as mais bizarras e esquisitas e neuróticas afirmações, encenações e dramatizações e explorações, engodos travestidos de santidade, de temor, de espiritualidade e de serviço a Deus e aos homens. Sei que o senhor conhece muitas histórias sobre os bastidores daquilo que convencionou-se "igreja", mas aí vai mais uma: Um amigo, afastado há algum tempo da igreja, resolveu voltar a participar de uma comunidade evangélica. Informando-se no local onde gostaria de congregar soube que para tornar-se, oficialmente, membro da referida precisa participar de algumas atividades, em especial da EBD, e estar sendo acompanhado por um certo período de tempo (se não me engano mais ou menos 3 meses). Tendo cumprido estes ritos incorporou-se à membresia mas acabou saindo, tendo em vista o fato da liderança ter adotado o tal modelo G12, ele ter denunciado a fraude que tal "programa de reprodução de neuroses ministeriais" representava, ter sido ameaçado, e portanto se afastado. Um certo dia navegando pela internet descobriu o endereço eletrônico da referida comunidade e resolveu enviar uma mensagem. Perguntava ele como poderia ser ligado, o mais rapidamente possível àquela comunidade por ter grande interesse em fazer uma doação de duzentos e cinquenta mil reais para a "igreja". Qual não foi sua surpresa quando aproximadamente 20 minutos depois já recebia a resposta, sendo-lhe informado pelo pastor principal o número do telefone do pastor auxiliar responsável, agendada uma sessão para aceitação imediata e unânime do novo "membro". Os critérios anteriormente eram outros... Será que para muitos pastores-lobos ou lobos-pastores podemos dizer que o que interessa é apenas ouro e vaidade? 

 

Resposta

 

Meu amado irmão, que  você continue bom de coração! É claro, meu irmão, não tenha dúvida disso! Jesus disse que seria assim. Os profetas também. Esse é o espírito do falso profeta. Catequese é só pra quem não tem dinheiro. Com dinheiro você já entra na liderança e se bobear ainda leva uma credencial de apóstolo. Infelizmente o único dogma desses sujeitos responde pelo nome de Mamom. Não deve haver surpresa quanto a isto. “E farão comercio de vós e entregarão alguns de vós...” Paulo disse que seria assim quando se despediu dos presbíteros da igreja em Mileto. Resta-nos estar atentos e ajudar o máximo possível de almas a não caírem nessa armadilha do inferno. A força desse pessoal está na inocência do povo. Sem me surpreender de fato eu continuo, mas sempre com muita tristeza a cada depoimento como esse que recebo. Que Jesus te abençoe!

 

Jubal Assunção – Goianésia(GO)

 

Pr. Reinaldo é verdade que em I Coríntios 7:11, Paulo autorizou o divórcio? Ontem no culto um pregador falou isso com todas as letras no púlpito.

 

Resposta

 

Obviamente que não meu amado irmão e te explico a razão.

 

Jesus disse: "Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério" (Lucas 16:18). Também disse: "Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério" (Mateus 19:9). A palavra do Senhor sobre o divórcio é rígida, especialmente quando vista da perspectiva de uma sociedade que valoriza o prazer e os sentimentos acima de compromissos e deveres.

 

Algumas pessoas que até reconhecem a rigidez de Deus quanto ao divórcio acreditam que Paulo abriu uma certa brecha em 1 Coríntios 7:10-11 – "Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher." Será que o versículo 11 anula a ordem do versículo 10? Deus proíbe o divórcio em um versículo e o autoriza no seguinte?

 

Além da dificuldade óbvia de uma contradição imediata, uma análise do texto nos mostra que o versículo 11 não se trata de permissão para divorciar e sim, instrui sobre como agir uma vez que alguém já pecou.

 

Uma construção gramatical paralela em 1 João 2:1 esclarece o sentido. Naquele versículo, João disse: "Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo". Aqui, como em 1 Coríntios 7:10-11, a primeira parte comunica a vontade de Deus (Não se separar/Não pecar) e a segunda parte explica o que a pessoa desobediente deve fazer depois de pecar (Não casar-se ou reconciliar-se/Procurar o Advogado).

 

O ensinamento de Paulo, como o de Jesus, é claro. Não devemos divorciar. A pessoa que pensa em divorciar, dizendo que não pretende casar com outra pessoa depois, ainda estaria desobedecendo a palavra do Senhor. Estaria fazendo exatamente o que Deus proíbe, assim transgredindo a lei divina. João disse: "...o pecado é a transgressão da lei" (1 João 3:4). Ao mesmo tempo, esta decisão de divorciar cria uma situação difícil para a pessoa repudiada. Jesus avisou: "Qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada também comete adultério" (Mateus 5:32).

 

É lógico que há situações extremas, onde devemos fazer uso de bom senso, humanidade e lógica para estabelecermos um parecer, como é o caso da violência doméstica, da pedofilia familiar e do homossexualismo por parte de um dos cônjuges, mas em linhas gerais devemos evitar a crueldade, o adultério e a condenação de Deus. Vamos ser fiéis ao compromisso absoluto do casamento e amar os nossos cônjuges – até que a morte nos separe.

 

Helenice Arruda – Venda Nova (MG)

 

Meu querido pastor Reinaldo Ribeiro, eu sou adventista mas tenho problemas pra entender a doutrina ensinada em minha igreja de que os mortos dormem e ficam inconscientes até o dia da ressurreição. Isso é mesmo bíblico?

 

Resposta

 

Paz do Senhor irmã Helenice. Os irmãos adventistas infelizmente estão equivocados a este respeito. Quando Lázaro morreu, Jesus disse: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo” (João 11:11). Eclesiastes 9:5 afirma: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento”. Paulo confortou os discípulos com estas palavras: “Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem” (1 Tessalonicenses 4:15). Lidos superficialmente, versículos como estes poderiam ser entendidos como defesa da ideia da inconsciência dos mortos. Mas, antes de chegar a uma conclusão, vamos examinar as evidências um pouco melhor.

 

Às vezes, a ideia de “dormir” ou ser inconscientes olha para a morte do ponto-de-vista da vida terrestre. Citações de Eclesiastes, por exemplo, são observações sobre a vida neste mundo. A frase repetida no livro que destaca este fato é “debaixo do sol”. Veja Eclesiastes 9:6 (logo após o versículo citado acima): “Amor, ódio e inveja para eles já pereceram, para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol”. Os que já morreram não participam da nossa vida “debaixo do sol”, mas isso não significa que o amor não existe mais para eles nas regiões celestiais, nem que lhes serão negados a recompensa (cf. 2 Timóteo 4:6-8).

 

Em outras passagens, como as citações de João 11 e 1 Tessalonicenses 4, a ideia de dormir é apresentada em contraste com a noção de uma morte permanente. Os dois trechos tratam da ressurreição (imediata, no caso de Lázaro, e na vinda do Senhor, em 1 Tessalonicenses). Descrever a morte como sono não é comentário sobre a inconsciência dos mortos, e sim, sobre o estado temporário da morte.

 

Outras passagens mostram claramente que os mortos continuam cientes. Jesus falou dos mortos conversando (Lucas 16:19-31). Quando o quinto selo foi aberto, as almas dos mortos clamaram ao Senhor (Apocalipse 6:9-11). A promessa de Jesus ao ladrão arrependido não teria nenhum valor se a morte fosse um estado de inconsciência. Jesus confortou o homem com estas palavras: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”(Lucas 23:43).

Os fiéis aguardam o privilégio do descanso preparado por Deus, e estarão cientes desta grande bênção.

 

Cesário Dorneles – Niteroi (RJ)

 

Pr Reinaldo como católico e membro da renovação carismática nós temos alguns debates sobre a questão do purgatório. Alguns acham que existe e outros acham que não existe. Mas a igreja oficialmente sustenta essa doutrina. Na sua opinião o purgatório existe?

 

Resposta

 

É claro que não, meu amigo Cesário. O purgatório, segundo a doutrina da Igreja Católica Romana, é o estado no qual os fiéis são purificados depois da morte, antes de entrar no céu. Desde que a nossa preocupação é com a doutrina bíblica, observamos que a palavra "purgatório" não se encontra nas Escrituras.

 

De onde vem, então, essa doutrina? Segundo o Catecismo Católico de John A. Hardon, S.J., a declaração formal da doutrina de purgatório foi feita em 1274, mais de 12 séculos depois da morte de Jesus! Uma vez que a doutrina se tornou oficial, foi necessário procurar algum apoio teológico. Hardon cita três trechos bíblicos para defender a idéia de purgatório. Vamos examinar cada citação:

 

2 Macabeus 12:41-45. Esse trecho descreve os atos de Judas Macabeus depois de uma batalha contra Górgias. Judas e seus homens oraram pelo pecado dos mortos e mandaram que fosse oferecido um sacrifício por eles em Jerusalém. Há dois problemas com o uso desse trecho: (a) 2 Macabeus é um dos livros contidos na Bíblia Católica mas rejeitados na maioria de outras bíblias. (b) O pecado citado no trecho (veja 2 Macabeus 12:40) foi idolatria, considerado o motivo da morte deles. Para usar este trecho para apoiar a doutrina de purgatório seria necessário afirmar que esses homens que alegadamente morreram por causa da idolatria não morreram na prática de pecado mortal, pois a Igreja Católica ensina que tais pessoas não teriam acesso ao purgatório. Também é importante ressaltar que este livro Macabeus só está presente na bíblia católica, sendo recusado tanto por judeus quanto por protestantes, por ser considerado um livro apócrifo, ou seja, não inspirado e falso.

 

Mateus 12:32 diz que a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada, nem neste mundo, nem no mundo que há de vir. Hardon conclui, sem prova nenhuma, que esse versículo sugere que outros pecados serão perdoados após a morte.

 

I Coríntios 3:13,15 fala de julgamento através de fogo. O fogo serve para provar o valor das obras de cada um. O trecho nada diz sobre um lugar de purificação após a morte.

 

A Bíblia claramente afirma que o julgamento vem depois da morte (Hebreus 9:27), no qual seremos julgados pelos atos feitos por meio do corpo (2 Coríntios 5:10). Jesus ensinou que é impossível ao ímpio escapar dos tormentos para entrar no conforto dos fiéis (Lucas 16:25-26).

 

Devemos nos preparar para o julgamento agora, pois a Bíblia não fala de segundas chances após a morte.

 

Irene Mastronelli – Santo André (SP)

 

Meu muito querido irmã Reinaldo Ribeiro eu gostaria de saber sua opinião sobre a parte da Bíblia que fala do profeta Jonas sendo engolido por um peixe gigante.  Eu já notei que muitos crentes, teólogos e até pastores não acreditam que essa história tenha sido real. Me tire essa dúvida. Devemos ou não devemos acreditar nessa história?

 

Resposta

 

Paz minha querida irmã Irene. Já começo lhe dizendo que tudo quanto consta na Bíblia é crível e deve ser aceito. Se este episódio é narrado nas Escrituras, então devemos recebe-lo como verdade. O problema é que o livro de Jonas tem sido explicado frequentemente como uma fábula fascinante, contendo uma lição importante. Muitas pessoas não acreditam que realmente tenha acontecido.  Um argumento comum é que nenhuma criatura marinha existente poderia engolir um homem e mantê-lo vivo em sua barriga durante três dias.


O fato que não podemos explicar um evento bíblico não é motivo suficiente para descartá-lo como historicamente incorreto. A história inteira é apresentada no estilo de  narrativa de um fato. Jonas foi conhecido como uma pessoa histórica real na época em que Jeroboão II reinou em Israel (2 Reis 14:25).


O testemunho mais significativo, porém, sobre a veracidade de Jonas vem de Jesus Cristo. Jesus usou o sinal de Jonas para predizer sua própria ressurreição (Mateus 12:38-42). Ele também disse que Jonas vivo foi um sinal que fez os ninivitas crerem (Lucas 11:29-30), semelhante ao sinal que Jesus ofereceu quando ressurgiu dos mortos. Este comentário nos ajuda a entender por que a pregação de Jonas teve tanto sucesso. Em poucos dias, ele converteu a cidade de Nínive inteira. Numa única geração, as testemunhas oculares do Cristo ressuscitado convenceram milhares de pessoas, através do mundo, que Jesus é, de fato, o Filho de Deus (Colossenses 1:23; 1 Timóteo 3:16).


A questão da confiabilidade do livro de Jonas toca num assunto maior. Muitas pessoas são ágeis em rejeitar coisas que não podem explicar racionalmente. Pessoas que se acham modernas e inteligentes demais para acreditar em tais milagres da Bíblia como a criação do mundo e a ressurreição de Cristo reduzem as Escrituras a um livro de orientação moral ambígua e diluída. Mas se não reconhecermos o poder ilimitado daquele que nos fala na Bíblia, não teremos fé em seu poder para salvar e nenhum motivo para obedecermos a Sua Palavra. A conclusão simples: se Jonas não foi engolido por um grande peixe, então Jesus não ressurgiu dos mortos. Se Jesus não ressurgiu, não temos esperança de salvação (I Coríntios 15:17).


O fato é que Deus criou o mundo, criou o mar, criou Jonas, criou uma criatura marinha capaz de engoli-lo, preservou sua vida, poupou a cidade de Nínive, enviou Jesus para nos salvar, ressuscitou-o dos mortos e nos ofereceu a esperança de vida eterna em Cristo. Louvemos a Deus!