Faça Deus feliz agora mesmo

14/04/2014 18:21

 

"E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes:

Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida"

(Lucas 15:6)

 

 

Durante muito tempo, a imagem de Deus que vinha à minha mente era de um Ser sério, vingativo e implacável.

 

Doutrinas deturpadas contribuíram para criar gerações inteiras de pessoas que não possuem uma imagem de Deus como um Pai de amor, misericórdia, bondade... e perdão. Imaginar Deus sorrindo, então, (para muitos) nem pensar!

 

Mas o contato com as Escrituras me revelou um Deus formado por 3 Pessoas maravilhosas, que Se alegram quando estou alegre e Se entristecem quando estou triste. O capítulo 15 de Lucas nos proporciona algumas parábolas em sequência que nos dão essa exata dimensão, que se compreendidas, podem revolucionar a vida de todo e qualquer ser humano.

 

Através da parábola das cem ovelhas, Jesus transmitiu uma linda e perfeita imagem do que consiste o amor do Pai. Deus Se alegra! Ele fica feliz quando resgata uma de Suas ovelhas desgarradas.

 

A parábola, em si, já é uma profunda demonstração de amor divino pelo pecador. O pastor poderia ter usado a lógica da matemática capitalista: ficar com as 99 ovelhas que estavam a salvo, e deixar a 100ª para lá. Seria o "fundo perdido" do seu empreendimento comercial. Quantos líderes hoje em dia vivem ludibriados por satanás, fascinados por igrejas cheias, escravizados pela sedução dos altos dízimos e do comércio de supostas bençãos, esquecendo-se que muitas de suas ovelhas estão vazias, desorientadas e perdidas. Nos olhos dessas pessoas, vidas são apenas números.

 

Mas para Deus, eu e você somos únicos, especiais, exclusivos (I Pedro 2:9). Ele não Se contentaria com as 99 sabendo que ainda havia 1 que podia e necessitava ser salva.

 

Depois de enfrentar o frio da noite, os perigos do deserto, o pastor encontra sua querida ovelha. Ela estava salva em seus braços! Só restava agora voltar para casa, para o aprisco, para junto das outras ovelhas.

 

Estaria ele cansado, zangado, magoado? Não!  Ele estava alegre, pois encontrou e resgatou aquela que por rebeldia ou negligência havia se desviado do rebanho.

 

A história seguinte, das dracmas, também mostra a alegria do encontro (Lucas 15:9). Mas é o relato seguinte que nos traz maior impacto...

 

"O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se" (Lucas 15:22-24).

 

Diante de líderes religiosos tão frios e formais (iguais a muitos que existem em nossas igrejas ainda hoje), Jesus descreve uma imagem de Deus que aquelas pessoas jamais sonharam em ver: Um Deus que espera o pecador, que o recebe de volta e ainda Se alegra!

 

Diferente das parábolas anteriores do capítulo, agora o personagem "perdido" é um ser humano... um jovem... um rebelde... igual a todos nós. Ele foi embora porque quis, mesmo sabendo que deixaria o pai profundamente triste.

 

Junto aos porcos, vivendo no mais degradante dos cenários que esta vida oferece aos que se rebelam contra Deus, o jovem resolve voltar para sua antiga morada. Ele não tem coragem de solicitar o "status" de filho, pois sabe que pecou muito. Ser um servo já estaria de bom tamanho (v. 19). E assim ele sai pelo caminho de volta, ensaiando as palavras humilhantes e derrotadas: "trata-me como seu escravo".

 

Mas o coração do pai tinha outro desejo. Para o pai, um filho jamais poderá ser um escravo. Um filho é um filho! Quando o jovem inicia seu discurso, o pai interrompe e não o deixa prosseguir (21-22).

 

Fico imaginando as pessoas, os líderes, os escravos, os servos, os adúlteros, os mendigos, os doutores, os mestres... todos ouvindo Jesus relatar o quanto Deus deseja resgatar Seus filhos que se desviaram. Ele não está com um açoite à espera; não está com as costas viradas para o caminho; não Se coloca em um pedestal inacessível! Deus espera... corre... abraça... e beija o filho arrependido. E o cheiro dos porcos? Não importa! Por debaixo daquela imensa sujeira estava o seu filho.

 

A festa começa! O pai mal consegue conter sua euforia... seu filho retornou... vivo! E isto é o que importa.

 

Infelizmente, muitas vezes agimos como o irmão mais velho. Enquanto todos estão se alegrando com o retorno de um pecador derrotado e arrependido, nós ficamos de fora, sem querer entrar. Cometemos os mesmos erros, os mesmos pecados, a mesma rebeldia... mas vestimos a capa de "santos", e não aceitamos que outros usufruam dos "direitos" que achamos que apenas nós merecemos. Querem “justiça” e esquecem que se a verdadeira justiça fosse posta em prática, nenhum de nós ficaria impune.

 

Será que Deus já Se alegrou com o seu retorno?

 

Todos nós temos os nossos desacertos, as nossas fugas, os nossos fracassos. Alguns desistem e abandonam a fé. Outros estão desviados mesmo dentro da igreja. Diferentes circunstâncias, porém igual situação: são ovelhas desgarradas. Seria você uma delas?

 

Não deixe que a religião fria e sem vida tire de você a alegria de olhar para cima e ver seu Pai a esperar, com os olhos fixos no caminho, aguardando que você inicie o retorno para que Ele corra em sua direção.

 

Ele está lá... e continuará lá... aguardando você!

 

"Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento" (Lucas 15:7).