IGREJA VERDADEIRA: QUAL É E A QUEM PERTENCE?

12/07/2013 08:42

 

 

"O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há

é o Senhor dos céus e da terra e não habita

em santuários feitos por mãos humanas.”

(Atos 17:24)

 

Essa semana, numa das poucas vezes em que me permiti ficar diante de um televisor, acessei o canal de uma importante igreja cristã. Era um estudo bíblico ao vivo, que abordava o tema “qual a igreja verdadeira”. O apresentador (pastor) apontava aspectos bíblicos que sinalizam adequadamente para a Noiva de Cristo, até que passou a citar o nome de uma determinada “profetisa” exclusiva de sua denominação, atribuindo-lhe a mesma unção e autoridade dos profetas bíblicos e fechando seu pronunciamento respondendo a uma participante do programa que a igreja “x” (igreja à qual ele pertencia) era a única e verdadeira igreja de Cristo. Imediatamente desliguei a tv e fui orar movido por profunda tristeza e indignação.

 

Isso, porém, não é exclusividade daquela denominação. Ainda temos igrejas que não convidam pregadores de outras denominações, porque eles supostamente não pertenceriam à ‘igreja verdadeira”, assim como uma série de vídeos e sites com pesado e lastimável conteúdo exclusivista e proselitista, onde determinadas igrejas se apresentam como “a Igreja”.

 

Minha mensagem e meu entendimento sempre foi contrário a esse discurso e diante do avanço grotesco de heresias absurdas no meio cristão, nos propomos diante de Deus a trazer a público nossa contribuição acerca do tema, visando primeiramente o engrandecimento do Reino e Deus e, por conseguinte, a edificação da Sua Igreja, cujas marcas e características aqui discutiremos.

 

Onde ela está?

 

Onde pode ser encontrada hoje a igreja verdadeira e quais os seus aspectos essenciais?

 

Em primeiro lugar devemos distinguir os vários significados da palavra igreja:

 

1. Todo o povo de Deus em todos os séculos, o conjunto total dos eleitos. Os Reformadores falaram disto como sendo a igreja invisível.

 

2. A comunidade local dos cristãos, reunidos visivelmente para adoração e ministério; este significado abrange a vasta maioria das referências à igreja (ekklesia) do Novo Testamento.

 

3. Todo o povo de Deus no mundo, em determinada época, talvez melhor definida como a igreja universal. Esse sentido ocorre apenas ocasionalmente no Novo Testamento (1 Co 10.32; Gl 1.13).

 

“A igreja dentro da igreja”

 

Notamos antes a distinção feita entre a edah (toda a congregação visível) e os gahal (aqueles dentro dela que respondem ao chamado de Deus). Jesus ensinou que o reino corresponde a este padrão: o joio está misturado com o trigo (Mt 13.24-30; 36-43). Dentro do grupo identificado com Cristo acha-se o povo de Deus, a verdadeira igreja. Não existe, então, uma igreja pura; em meio a cada igreja pode haver pessoas que não professaram a sua fé e outras cuja profissão será desmascarada no último dia (Mt 7.21-23).

 

Admitindo-se assim que uma igreja pura ou perfeita não é possível deste lado da glória, onde podemos descobrir o verdadeiro povo de Deus visivelmente reunido? Tradicionalmente, são reconhecidos quatro sinais da igreja autêntica.

 

PELA SUA UNICIDADE

 

A unidade da igreja procede de seu fundamento do único Deus (Ef 4.1-6). Todos os que pertencem verdadeiramente à igreja são um só povo e, portanto, a igreja verdadeira será distinguida por sua unidade.

 

Esta unidade, porém, não implica necessariamente uniformidade total. Na igreja do Novo Testamento havia uma variedade de ministérios (1 Co 12.4-6) e de opiniões sobre assuntos de importância secundária (Rm 14:1-15:13). Embora houvesse uniformidade nas convicções teológicas básicas (1 Co 15.11, BLH; Jd 3), a fé comum recebia ênfases diversas, segundo as diferentes necessidades percebidas pelos apóstolos (Rm 3.20; cf. Tg 2.24; Fp 2.5-7; cf. Cl 2.9s).

 

Havia também uma variedade de formas de adoração. O tipo de culto em Corinto (1 Co 14.26ss) não era comum nas igrejas palestinas, onde a adoração se baseava no modelo da sinagoga judaica e tinha um padrão mais formal, centrado na exposição da palavra escrita. Este modelo tirado da sinagoga justifica o fato de as igrejas do primeiro século serem consideradas um ramo do judaísmo. Tiago 2.2 usa até mesmo a palavra sinagoga para a reunião dos cristãos. Existem também elementos discerníveis de mais de uma forma de governo da igreja.

 

A verdadeira unidade no Espírito Santo de todo o povo regenerado é um fato independente da “desunião” denominacional exterior. O chamado para a unidade no Novo Testamento é, portanto, uma ordem para manter a unicidade fundamental da vida que o Espírito concedeu através da regeneração (Ef 4.3). Os Reformadores salientaram este ponto, distinguindo entre a igreja invisível (todos os eleitos que são verdadeiramente um em Cristo) e a igreja visível (um grupo misto de regenerados e não-regenerados). A unidade da igreja invisível é um fato consumado, concedido com a salvação.

 

Roma tem usado este sinal de maneira polêmica, a fim de proclamar sua unidade, comparando-a à fragmentação do protestantismo, como uma evidência de ser a verdadeira igreja. Isto, no entanto, ignora três pontos:

 

(i) A própria Roma separou-se da igreja ortodoxa em 1054, e jamais tinha sido considerada universalmente como a única igreja verdadeira em séculos anteriores; por exemplo, a igreja celta floresceu na Inglaterra, e Patrício fundou a igreja inglesa muito antes de os missionários romanos terem chegado a Inglaterra.

 

(ii) Os sinais devem manter-se juntos. A sucessão histórica e a unidade exterior não têm validade quando não associadas à lealdade e ao evangelho apostólico.

 

(iii) Embora o protestantismo tenha-se mostrado às vezes necessariamente desagregador, pode ser argumentado que, através de seu desvio da doutrina bíblica, é a própria Roma que tem sido a maior causa de cismas no correr dos séculos.

 

As Escrituras encorajam a mais plena expressão de unidade possível entre o povo de Deus, mas elas também tornam claro que a divisão acha-se perfeitamente de acordo com a vontade divina quando a essência do Cristianismo Apostólico estiver em risco. Esta foi a razão da discórdia entre Paulo e os judaizantes (Gl 1.6-12), e entre Jesus e os fariseus (Mc 7.1-13). É significativo notar que quando Judas pretendeu escrever sobre a salvação que temos em comum, ele achou necessário insistir com os leitores para “batalhar diligentemente pela fé que uma vez foi entregue aos santos” (Judas 3). Para o Novo Testamento, a unidade está baseada em um compromisso consciente com as verdades reveladas do Cristianismo Apostólico.

 

O Novo Testamento dirigiu seus ensinos sobre a unidade a grupos específicos, com implicações imediatas para seus relacionamentos visíveis (Ef 2.15; 4.4; Cl 3.15). Jesus orou pela unidade, que ajudaria o mundo a crer (João 17.21); embora o paralelo entre esta unidade e a dEle com o Pai (17.11,22) confirme o caráter essencialmente espiritual da unidade bíblica, esta certamente inclui identificação visível de vida e propósito, pois Jesus em toda a sua missão expressou uma união visível e demonstrável com o Pai. Em outras palavras, é preciso buscar uma unidade visível mais plena do que aquela que está sendo experimentada pelos que são fiéis ao evangelho apostólico.

 

Este fato tem especial importância quando dois ou mais grupos que têm uma fé bíblica estiverem operando na mesma área, como, por exemplo, em um campus universitário. O desafio mais profundo deste ensinamento, porém, situa-se ao nível dos relacionamentos na igreja local. Nesse ambiente, a unidade da vida em Cristo deve expressar-se através do cuidado e compromisso genuínos e tangíveis de uns para com os outros, mesmo que se trate de grupos de origem denominacional distinta. Na ausência disto, a reivindicação de ser uma verdadeira igreja cristã é posta em dúvida (1 Co 3.3s).


PELA SUA SANTIDADE

 

O povo de Deus forma a nação santa (1 Pe 2.9). No sentido mais profundo a igreja é santa, da mesma forma que todo indivíduo cristão é santo em virtude de estar unido a Cristo, separado para Ele e revestido com sua justiça perfeita. Na sua posição diante de Deus em Cristo, a igreja é irrepreensível e isenta de qualquer mancha moral. A distinção entre a igreja visível e a invisível aplica-se precisamente aqui.

 

A união com Cristo envolve também uma santidade de vida que seja visível. Desse modo, a relação da igreja com Cristo, o seu cabeça, será expressa no caráter moral e nas características especiais de sua vida e de seus relacionamentos comunitários. A igreja alheia à santidade é alheia a Cristo. Quando Cristo dirigiu-se à sua igreja, ele esperava dela essa mesma diferença moral e foi severo em seu julgamento quando observou que ela lhes faltava (Ap 2.-3).

 

A fim de não desanimarmos ao aplicar este teste, vale a pena lembrar que grande parte da vida da igreja do Novo Testamento foi eivada de erros, divisões, falhas morais e instabilidade. Não obstante, a presença de um sinal visível de santidade é uma característica invariável da igreja de Deus e onde efetivamente houver mais a presença do mundo do que as marcas de Cristo, seguramente ali Ele não habita.


PELA SUA UNIVERSALIDADE

 

O termo “católico” significa literalmente abrangendo ao todo, ou seja, universalidade. Em seu uso primitivo, significava ser a igreja universal, distinguindo-a da local; mais tarde, veio significar a igreja que professava a fé ortodoxa, em contraste com os hereges. Com o passar do tempo, Roma adotou o termo para referir-se a si mesma como instituição eclesiástica, centrada no papado, historicamente desenvolvida e geograficamente difundida. Os reformadores do século dezesseis procuraram restaurar o significado anterior da catolicidade, em termos do reconhecimento da fé ortodoxa; nesse sentido, argumentavam eles, a igreja católica era de fato eles e não Roma.

 

O principal aspecto da catolicidade da igreja primitiva estava na sua abertura para todos. Distinta do judaísmo, com seu exclusivismo racial, e do gnosticismo, com seu exclusivismo cultural e intelectual, a igreja abriu seus braços a todos que quisessem ouvir a mensagem e aceitar seu Salvador, sem levar em conta cor, raça, posição social, capacidade intelectual e antecedentes morais. Ela surgiu no mundo como uma fé para todos (Mt 28.19; Ap 7.9). A única exigência para admissão era a fé pessoal em Jesus Cristo como Salvador e Senhor, com o batismo como o rito autorizado de entrada, porque manifestava o evangelho da graça (Mt 28.19; At 2.38,41).

 

É neste nível fundamental que esta característica (a de ser católica) deve ser entendida. As igrejas que exigem outros testes ou dogmas exclusivos devem ser consideradas como suspeitas. Não existe lugar numa verdadeira igreja para a discriminação de qualquer tipo, seja racial, de cor, social, intelectual ou moral, neste último caso desde que haja evidência de verdadeiro arrependimento. A discriminação denominacional também precisa ser examinada com cuidado nos casos em que as doutrinas fundamentais bíblicas sejam claramente reconhecidas, pois o exclusivismo (eu sou a igreja certa) e o proselitismo (“conversão” de irmãos de outras igrejas) são marcas de vaidade e preconceito, que nos condenam à luz do verdadeiro evangelho e que não se sustentam quando as igrejas envolvidas são basicamente ligadas ao mesmo Deus.


PELA SUA VOCAÇÃO APOSTÓLICA

 

O apóstolo é uma testemunha do ministério e da ressurreição de Jesus; é um arauto autorizado do evangelho (Lc 6.12s; At 1.21s; 1 Co 15.8-10). Os arautos tomam posição entre Jesus e todas as gerações subseqüentes da fé cristã; nós só nos achegamos a Ele por meio dos apóstolos e de seu testemunho sobre ele, incorporado no Novo Testamento. Neste sentido fundamental, toda a igreja é “edificada sobre o fundamento dos apóstolos” (Ef 2.20; cf. Mt 16.18; Ap 21.14). A apostolicidade da igreja encontra-se, portanto, no fato de ela conformar-se à fé apostólica “que uma vez por todas foi entregue ao santos” (Jd 3; cf. At 2.42). Os apóstolos ainda governam e organizam a igreja na medida em que esta permite que sua vida, seu entendimento e sua pregação sejam constantemente relembrados pelos ensinos das Sagradas Escrituras.

 

Ainda temos apóstolos nos dias atuais?

 

Aqui em nosso site já estivemos abordando essa polêmica, o que não nos impede de reforçar sua análise.

 

Desde que o termo apóstolo significa literalmente enviado, não é de surpreender que o Novo Testamento refira-se ocasionalmente a outros apóstolos (Rm 16.7). Neste sentido geral, todos os que são hoje enviados pelo Senhor como evangelistas, pregadores, iniciadores de igrejas, etc. são no grego do Novo Testamento, “apostoloi”, enviados. Isto não subentende de forma alguma que eles tenham uma posição de autoridade especial, competindo com a do grupo original cujo governo continua através das escrituras apostólicas. Reivindicar o cargo apostólico em nossos dias é compreender erradamente o ensino bíblico e oferece na prática um desafio grave com respeito à autoridade e finalidade da revelação divina do Novo Testamento, abrindo espaço para o surgimento de heresias e humanismos.

 

Compreendendo a apostolicidade

 

É igualmente errado entender a apostolicidade como uma continuidade histórica do ministério, retrocedendo até Cristo e seus apóstolos através de uma sucessão de bispos. Esta interpretação não tem nenhum apoio bíblico. Toda noção da graça de Deus comunicada mediante uma sucessão histórica de dignatários da igreja contraria o caráter da própria graça, conforme os escritos bíblicos. Além disso, como garantia da verdade da mensagem apostólica, a sucessão episcopal evidentemente falhou. Foi uma igreja perfeitamente enquadrada nesta sucessão histórica que precisou da Reforma do século dezesseis, para não mencionar outras reformas menores, como o despertamento do século dezoito com Whitefield e os Wesleys.

 

O catolicismo romano estende esta interpretação de “apostólico” para incluir a reivindicação de que o Bispo de Roma é o sucessor histórico de Pedro e o guardião especial da graça de Deus na igreja. Essa alegação, porém, é insustentável. A primazia de Pedro entre os apóstolos não passou de uma clara liderança no período da primeira missão cristã. Ele claramente recuou para um segundo plano à medida que a igreja avançou fora de Jerusalém, sendo Paulo nomeado para liderar a missão fora da Palestina e quando João lutava para corrigir as igrejas prejudicadas pelos falsos mestres. É bem significante que Pedro não apareceu no papel principal no Concílio de Jerusalém (At 15), e que ficou claramente à sombra de Paulo no incidente registrado em Gálatas 2.

Roma alega ainda que esta suposta supremacia de Pedro deveria continuar para a salvação eterna e bem contínuo da igreja. Nenhum dos versículos citados como apoio escriturístico (Mt 16.18s; Jo 21.15-17 e Lc 22.32) faz qualquer referência a um sucessor de Pedro. Essas duas reivindicações romanas contrariam a evidência manifesta no Novo Testamento. E a terceira, de que a primazia de Pedro se estende ao bispo de Roma, é ainda menos digna de crédito. O fato de Pedro ter terminado sua vida como mártir em Roma é uma tradição primitiva que encontra apoio razoável; as dificuldades históricas, porém, para mostrar que houve uma sucessão estabelecida de bispos monárquicos de Roma, a partir do primeiro século, são intransponíveis.

 

A sucessão apostólica é na verdade a sucessão do evangelho apostólico, quando o depósito original de verdade apostólica é passado de uma para outra geração: “homens fiéis … para instruir a outros” (2 Tm 2.2). A igreja é apostólica à medida que reconhece na prática a autoridade suprema das escrituras apostólicas, ou seja, da Bíblia Sagrada.

 

PELOS SINAIS DOS REFORMADORES

 

Embora os Reformadores não pusessem de lado esses quatro sinais tradicionais, as controvérsias em que se viram envolvidos prenderam sua atenção em outras coisas. Eles identificaram duas características da igreja verdadeira e visível. “Onde quer que vejamos a Palavra de Deus pregada e ouvida em toda a sua pureza e os sacramentos ministrados segundo a instituição de Cristo, não há dúvida de que existe uma igreja de Deus” (João Calvino).

 

“A Palavra pregada em toda a sua pureza” trouxe à tona a supremacia do evangelho bíblico e forma precisamente nesse ponto que surgira a verdadeira ruptura com Roma. Atrás desta ênfase havia uma convicção quanto ao elo indissolúvel entre a Palavra escrita e o Espírito; pertencer à comunidade do Espírito iria necessariamente refletir a submissão à Palavra que o Espírito havia inspirado. Os Reformadores desconheciam qualquer Espírito que não levasse à Palavra; desconheciam qualquer amor por Deus que não estivesse ligado à fé e à verdade. O outro ponto em que discerniram a verdadeira igreja, os sacramentos, era também polêmico, já que foi no aspecto do ensino e da prática com relação aos sacramentos que os Reformadores viram a mais clara violação da religião bíblica por parte de Roma.

 

A existência de grupos cristãos (p. ex. o Exército da Salvação e a Sociedade dos Amigos) que não possuem sacramentos faz-nos hesitar quanto à afirmação de que os sacramentos são essenciais para que a igreja seja verdadeira. Não obstante, nosso Senhor claramente considerou o batismo como intimamente ligado à mensagem da igreja e à resposta humana a ela (Mt 28.19s), e a participação na Ceia como fundamental para a vida da igreja (Lc 22.19; 1 Co 11.24s).

 

Podemos generalizar esses sinais afirmando que o sinal supremo para os Reformadores era o próprio Cristo. Ele é o centro da Palavra e o cerne dos sacramentos. A verdadeira igreja (tenha ela o rótulo que for) precisa estar inserida nessa verdade.


A MISSÃO DA IGREJA

 

Nas instruções de Jesus sobre a vida da igreja (Jo 13-16; Lc 10.1-20; At 1.1-8), encontramos um elemento não abordado nas características da igreja identificadas até agora, que é a missão: a responsabilidade de levar as boas novas de Jesus aos confins da Terra.

 

Existe certamente grande significado no fato de a história da igreja do Novo Testamento, o livro de Atos, ter como seu tema principal a expansão sucessiva na pregação do evangelho: Jerusalém, Judéia, Samaria, e, em seguida, o mundo gentio (1.8; cf. 6.8s; 7; 8; 10.34-38; 11.19-26; 13.1ss). A igreja é missão viva e em seu serviço total ao propósito e à glória de Deus, a missão é um ingrediente bíblico fundamental.

 

Assim sendo, uma igreja que não prega o evangelho não sente a responsabilidade pelo bem-estar moral e espiritual dos que a rodeiam, nem expressa interesse pelos pobres e necessitados onde quer que eles sejam encontrados, perdeu seu direito à autenticidade, constituindo-se numa negativa viva de seu Senhor.

 

QUAL É A IGREJA VERDADEIRA?

 

Seria a Assembleia de Deus, Adventista, Batista, Luterana, Congregacional, Metodista, Presbiteriana, Cristã Protestante, Pentecostal (todas) ou outra do meio evangélico?

 

Para resumir: a verdadeira igreja será reconhecida não pela placa que adorna sua faixada, mas pela sua unidade nos relacionamentos, pela sua santidade de vida, pela sua abertura a todos, pela sua submissão à autoridade das escrituras, pela sua pregação de Cristo em palavras e sacramentos, e pelo seu compromisso com a missão.

 

Ela nunca será exclusivista – jamais se apresentará como única e verdadeira enquanto instituição, dando a entender que não haja salvação fora de si, pois nesse contexto secular é humana, detendo, portanto, os limites e imperfeições dos homens que a constituem e regem.

 

Ela nunca será proselitista – jamais diminuirá o nível de fé e os efeitos da salvação produzidos em outros irmãos que pertençam a outras denominações. Igrejas ilhadas em si mesmas são as mais vulneráveis às armadilhas heréticas e ao totalitarismo de seus líderes. Grave preconceito é conferir a irmãos provenientes de outras igrejas (genuinamente cristãs) a mesma realidade que constitui os ímpios e incrédulos.

 

Ela nunca será mundana – jamais admitirá a perda de suas marcas visíveis e da santidade que diferencia o novo nascido do homem comum. Almas redimidas são almas renascidas, onde tudo se faz novo.

 

Ela nunca será espiritualista – jamais comprometerá o governo das Escrituras como regra de fé e prática, dando-se a experiências sobrenaturais, em detrimento do conhecimento bíblico.

 

Ela nunca será indiferente – jamais descansará da sua vocação apostólico-missionária. Primando, todavia, pela qualidade da fé em lugar da quantidade numérica.

 

A Igreja invisível de Cristo, portanto, é constituída por todos os homens e mulheres, velhos e crianças, nascidos de novo, regenerados e lavados pelo sangue do Cordeiro, de todos os povos e épocas.

 

E a Igreja visível de Cristo é formada pelo conjunto de denominações que abracem a estrutura fundamental da fé e teologia cristãs, jamais havendo uma que a outra possa se julgar superior.

 

 

“Uma vez que não existe um céu para cada igreja, só nos resta concluir: somos todos irmãos ou somos todos hipócritas!”

 

 

 

 

Obs: nossos agradecimentos ao CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisas), cujo site nos proporcionou o conjunto de informações aqui publicadas. Recomendamos a todos.