O amor acabou. Insistir ou divorciar?

05/04/2015 00:53

 

 

Anônima – Presidente Prudente (SP)

 

Pr. Reinaldo estou vivendo um problema que tenho certeza muitas outras pessoas passam, por ele também. Não sei explicar as razões, mas não consigo mais amar o meu marido. A chama se apagou, o encanto quebrou. De repente não consigo mais vê-lo com aquele olhar apaixonado de antes e não sinto nenhuma emoção boa quando ele se aproxima. Sinto que o amor acabou e minha vontade é pedir o divórcio antes que eu cometa algum erro quando a carência chegar. Mas eu sei que a igreja não vê o divórcio com bons olhos, então estou nesse dilema. Peço sua ajuda. O que devo fazer?

 

Resposta

 

Minha querida irmã, paz e graça. A compreensão dos problemas relacionados ao amor só é possível quando passamos a entender o que é o amor.

 

O que é o amor?  É comum pensar que o amor é um sentimento, um pouco misterioso, talvez difícil de descrever.  Frequentemente pensamos que este maravilhoso sentimento seja alguma coisa que, simplesmente,  "acontece."

 

A cena se repete muitas vezes. O marido e a esposa sentam frente a um conselheiro matrimonial ou um líder religioso, descrevendo o seu casamento problemático. Brigas quase constantes acabaram com a intimidade do relacionamento. Tanto que, é comum um dizer ao outro: “Eu não te amo mais!” O que pode ser feito por casais que “se desapaixonaram” um pelo outro? O divórcio, muitas vezes, parece ser a única saída. Afinal, como poderia uma pessoa se forçar a amar outra pessoa? Ou a pessoa ama ou não ama! Quem quer continuar em um casamento sem amor?

 

É triste que tantas pessoas parecem acreditar que o amor é, em primeiro lugar, uma reação de glândulas. Nós nos “apaixonamos” e então “deixamos de estar apaixonados” na mesma velocidade. Duas pessoas são atraídas uma a outra e um casamento é feito com pouco mais fundamento que “nossas ideias realmente batem”. Quando param de “bater”, o casamento é desfeito como um erro infeliz. O verdadeiro erro é basear um relacionamento para toda a vida em sentimentalismo romântico!

 

A palavra de Deus dá direcionamento para o casal que “deixou de estar apaixonado”. O mandamento é: “Comece a amar!” O apóstolo Paulo escreveu do amor que um marido deve manifestar para com a sua esposa. Guiado pelo Espírito Santo (I Coríntios 2:10-13), ele mandou os maridos a amarem as suas esposas, porém ele usou uma palavra para “amor” que descreve um amor de escolha moral ao invés de um de emoção (Efésios 5:25, a palavra grega ágape). Este amor não é necessariamente sem emoção, mas não encontra a sua base na paixão humana. É expresso em bem-querer ativo para com o seu cônjuge ao invés de um sentimento alegre que deixa as pernas moles e um frio no estômago!

 

A noção na nossa sociedade é de que uma vez que o fogo do amor romântico se apague, há pouco a fazer a não ser terminar o casamento pelo divórcio. Quando a afeição pelo parceiro está “fraca” por causa de conflito e a tensão resultante, as pessoas se descrevem como “não apaixonadas”. O fogo do amor romântico pode ser quente, mas a brisa causada pelas circunstâncias da vida pode o apagar. O amor de escolha moral, por outro lado, pode parecer um pouco frio por comparação, mas é um amor que pode suportar até os momentos mais tempestuosos do casamento. Eu escolho amar a minha esposa, não porque ela está de alguma maneira amável no momento (uma situação hipotética, é claro), mas porque é a coisa certa a fazer. É o que Deus manda e Ele compreende a dinâmica do relacionamento matrimonial melhor que eu.

 

O amor mandado por Deus não é apenas um “Eu te amo” e um beijinho na testa. É o bem-querer ativo. Ele nos leva a buscar o bem-estar um do outro independentemente do comportamento daquele. O marido que ama busca o melhor para a sua esposa mesmo quando o relacionamento está difícil por causa de discussão ou conflito.

 

Na Bíblia, o amor não é uma espécie de acidente do destino que apenas acontece.  E não existe essa ideia absurda e leviana de “eu não mando no meu coração.” Para a Palavra de Deus o amor é uma postura. Decidimos ou não amar.  Mostramos amor por atos em busca do que há de melhor para a pessoa que amamos.  O amor é definido pelo sacrifício desinteressado do Filho de Deus (João 4:7-11).  Quando falhamos no amor, pecamos!  É simplesmente assim.

 

Veja alguns exemplos

 

1. Tenho que amar a Deus.  Jesus chamou a este o primeiro e grande mandamento (Mateus 22:36-38).  É um mandamento.  Se eu não amo a Deus, eu peco.

 

2. Tenho que amar ao meu próximo.  Este é o segundo mandamento (Mateus 22:39).  Se odeio ao meu próximo, eu peco.

 

3. Tenho que amar ao meu irmão (I João 2:9-11).  Se não amo ao meu irmão, eu não amo a Deus.

 

4. Tenho que amar a minha esposa (Efésios 5:25).  Tenho que procurar o que é melhor para ela, até o ponto de sacrificar os meus desejos ou minha própria vida. Se falho no amor por ela, eu peco.

 

Se não amamos, temos que nos arrepender e recomeçar

 

Uma vez que o amor não é um acidente que acontece por acaso, não posso desculpar meu fracasso como sendo "um engano inocente."  Quem não ama é culpado.  É culpado de pecado.  O perdão deste pecado é possível somente se o pecador se arrepender e mudar sua conduta.  Então, o que se deve fazer quando se perdeu o sentimento do amor por seu irmão, sua esposa, seu marido ou seu Deus?  Deve-se arrepender e começar a amar novamente. Isso  pode não ser fácil, mas é realmente simples assim.

 

Meu conselho, portanto, é para que você não substitua um pecado por outro ainda mais grave. Troque o planejamento do divórcio (triunfo de satanás em seu lar) pela decisão de amar seu esposo (vitória de Deus em sua família). Eu me comprometo a ajudá-la em oração nesse sentido.

 

Que Deus abençoe sua família!