O Maior é o Menor
“Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor;
e quem governa como quem serve.”
(Lucas 22:26)
Os discípulos brigavam entre si, procurando estabelecer quem seria o maior, entre eles. Jesus jogou-lhes um balde de água fria, afirmando: "O maior, entre vocês, deve ser aquele que serve" (Lucas 22:26 ).
Em nossos dias o fenômeno da realização pessoal, definitivamente invadiu os arraiais cristãos, fazendo uso do subterfúgio da fé e da prosperidade. Nesse contexto já não é cabível ser humilde, já não é admissível ser simples, pobreza tem status de pecado, doença é sinônimo de maldição, ter pouco é indício de não ter fé. Não sei em que parte da Bíblia se encontra esse evangelho, mas sei que é o evangelho que vem sendo pregado e abraçado pela maioria esmagadora do povo evangélico brasileiro.
Servir não é exatamente aquilo que o crente moderno projeta para as suas pretensões pessoais. Em seu cardápio esfomeado o que vale é “ser cabeça e não cauda”, o que importa é estar por cima através de “unções de supremacia”. Por isso, já não causa espanto e indignação em ninguém o aberto discurso de que os cristãos devem ser empresários, governantes, legisladores, comandantes em vez de comandados.
Cantores já não se conformam à simplicidade do ministério; querem ser artistas. Mulheres já não se dobram ao “machismo eclesial” e exigem igualdade sociológica na igreja; querem ser pastoras. Pastores já não satisfazem com a baixa patente desse mero título; querem ser apóstolos. Esse é o moderno evangelho – evangelho de Narciso, da celebração do crente, do culto ao homem, do ultraje à Bíblia. Prova inequívoca da completa ausência da verdadeira característica que marca uma alma renascida: o amor a Deus e ao próximo.
Aquele que não ama é, por natureza, possessivo e exigente: "o que é meu é meu e o que é teu... também é meu". Mas, a receita do Cristo, para os relacionamentos, é a postura da prestação de serviço e não a “posse do melhor dessa terra”.
O Cristão que ama tem prazer em ajudar e não acha pesado prestar ajuda e serviço.
O relacionamento cristão não precisa receber uma ordem ou, nem sequer, um pedido. Seus sentimentos estão sempre antenados, buscando comportamentos de prestação de serviço.
Se o outro vai reconhecer ou agradecer, isso é irrelevante. O prazer de servir está no processo de servir. É a priorização do próximo e não o desejo por posses, cargos, títulos, honras ou outras glórias terrenas.
Maior é aquele que serve!