Quem de nós não é pobre?

17/12/2013 02:30

 

“Como é feliz aquele que se interessa pelo pobre!

O Senhor o livra em tempos de adversidade.”

(Salmos 41.1)

 

A felicidade é uma promessa para quem torna feliz aquele que sofre em necessidades. É isso que o salmista esta afirmando. Deus cuida daquele que se compadece e cuida dos necessitados. Num mundo com tanta carência e injustiça, em que tantos têm tão pouco, enquanto poucos têm tanto, o Reino de Deus se manifesta por meio dos que se comovem e servem. Por meio dos que não pensam que o que possuem é somente para seu próprio proveito.

 

Interessar-se pelo pobre é divino, é cristão. Deus se interessou por nós. Quem se interessa pelo pobre não é movido por esperança de recompensa, mas pelo desejo de servir e fazer o bem. E agindo assim está na mais eficiente escola do amor. E amar é fonte de felicidade. Todos podem ser alunos dessa escola, pois, a maioria de nós tem algo que pode suprir a necessidade do outro. Jesus nos ensina na parábola do samaritano que serve ao homem assaltado e agredido que, somente quando estendemos a mão ao necessitado é que ele de fato torna-se nosso próximo. Afinal, não foi esta a pergunta do fariseu: “Senhor, quem é o meu próximo?”.

 

Se não temos disposição para servir materialmente o menos favorecido, não teremos coração ou sensibilidade para servir nas demais pobrezas, que são muitas: emocional, intelectual, espiritual, relacional. Seremos facilmente insensíveis. É no serviço e cuidado ao outro que os próximos se concretizam em nossa história. É assim que nos humanizamos.

 

E, assim como nossa mão se estende como se fora a Mão de Deus na vida de quem sofre, quando a adversidade nos alcançar, Deus virá, muito provavelmente pelas mãos de outros como sendo as Suas Mãos Divinas, e nos livrará. E não nos maravilhemos se, algum dia, a Mão de Deus em nossa vida vier a ser as mãos de quem recebeu, das nossas, as dádivas e os cuidados divinos. Afinal, quem de nós, de fato, não é pobre e necessitado?