RESPONDENDO QUESTÕES RELIGIOSAS

19/02/2014 18:59

 

 

O conteúdo das perguntas que são enviadas para o nosso site é muito diversificado. Todavia, sem sombra de dúvidas a questão religiosa é a mais abordada. Apesar de não pertencer ao foco central de nosso Ministério estabelecer um confronto de dogmas e crenças, em respeito aos nossos leitores, passamos a publicar uma seletiva de perguntas que nos pedem esclarecimentos sobre temas religiosos. Nosso propósito não é a afronta, mas sim a salvação da alma humana, o que exige uma franca apologia da verdade. Que Deus nos abençoe!

 

Glecio Vendramini – Campinas (SP)

 

Pastor Reinaldo, eu sou católico e não entendo onde está a justificativa dos protestantes para fazerem oposição á virgem Maria e aos santos. Você poderia me esclarecer isso?

 

Resposta:

 

Olá Glecio, sim eu o farei e com todo o respeito e  consideração que você e todos os amigos católicos merecem de minha parte.

Antes de tudo, convém repararmos um equívoco. Nenhum protestante conhecedor da Palavra de Deus faz oposição a Maria os aos cristãos notáveis do passado, a quem o catolicismo denomina como santos. Somos contrários ao culto dedicado a estes, o que passo a explicar.

 

Um dos motivos que causam divergência entre católicos e evangélicos é o culto aos santos. Enquanto católicos praticam este culto com regularidade, o mesmo não acontece entre os evangélicos. Mas porque os evangélicos não prestam o culto ou a adoração a Maria ou santos canonizados pela igreja católica?

 

Primeiro temos que entender bem o que significa a palavra “santo” no cristianismo. Segundo a  definição bíblica, santo é todo aquele que é separado para Deus e ocorre com qualquer pessoa que é nascido de Deus. Não se trata de pessoas especiais escolhidas pela igreja para obterem de maneira formal este título, mas sim de pessoas que pela fé entregaram suas vidas a Jesus Cristo e creem na sua obra redentora no calvário como única e suficiente para a nossa redenção.

 

Em resumo é possível dizer que qualquer pessoa que deseja servir a Deus precisará ser santo, mas isto não ocorrerá por seus méritos ou feitos e sim pelos méritos de Jesus. Não se trata de um rótulo obtido mediante a eleição de um grupo de notáveis que investiga seus supostos “milagres atribuídos”. Eu, você e todos aqueles que já viveram ou ainda viverão – desde que retenhamos de forma sincera e firme sua fé em Cristo Jesus – somos santos.

 

Os santos não podem interceder

 

Boa parte dos santos que a igreja católica canonizou ou elevaram à condição de santos são pessoas que no passado creram em Jesus Cristo como nós cremos. Alguns tiveram o privilégio de estar com Cristo aqui na terra, mas assim como nós eles também aguardam em Cristo a esperança da salvação.  Isto é, eles não podem interceder por nós junto a Deus.

 

Jesus é o único intercessor

 

O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo na segunda carta afirma: Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem. (Almeida Revista e Atualizada). Logo, qualquer tentativa de colocar outra pessoa para interceder por nós junto a Deus indica a princípio uma perda de tempo e uma falta de confiança na pessoa de Jesus Cristo e na sua intercessão junto a Deus. Para nós, isso constitui uma heresia inaceitável.

 

A idolatria

 

Ídolo é tudo aquilo que colocamos no lugar de Deus. Se Jesus é o único mediador (intercessor) por nós junto a Deus, então dobrar os joelhos diante de uma imagem de um santo ou pedir mentalmente que ele interceda por nós junto a Deus é colocar este santo no lugar de Jesus, que é o próprio Deus!

 

Nas religiões orientais, especialmente, é comum a adoração de animais. Alguns povos antigos adoravam o sol, a lua, as montanhas e os fenômenos da natureza. Tudo isso é idolatria, pois tenta colocar uma pessoa, animal, objeto ou qualquer outra coisa no lugar que pertence apenas a Deus.

 

Por fim, os evangélicos entendem que Maria, Paulo, Pedro, João, entre outros são santos porque foram nascidos de Deus pela fé em Jesus Cristo. Cremos que os seus exemplos precisam ser seguidos, que suas palavras precisam ser lembradas, mas que nenhum deles deve ser adorado (ou venerado, conforme a justificativa católica), posto que assim como nós eles estarão na gloria eterna que Deus preparou a todos que pela fé creem na obra redentora de Jesus Cristo e entregam sua vida à aquele que é o único mediador entre Deus e os homens.

 

 

Adriano Wernner – Blumenal (SC)


Prezado Reinaldo, é do conhecimento de todos os cristãos que a guarda do sábado é um mandamento bíblico. Como você me explica o fato de que só os adventistas são fiéis a esse mandamento? Final de contas, como você entende o significado espiritual do sábado?

 

Resposta


Prezado Adriano, agradeço pela pergunta. Como bom adventista (que eu presumo que você seja), é natural que você tenha esse ponto de vista. Não posso falar por todos os cristãos, mas eu particularmente vejo a questão conforme passo a lhe explicar. O dia do sábado era uma sombra da realidade espiritual trazida por Cristo (Colossenses 2:16-17).  O sábado significa descanso e libertação do trabalho:  Cristo trouxe o descanso e a libertação do pecado.  Jesus é o descanso para o qual a sombra do sábado apontava (Mateus 11:28-30).  Mesmo a libertação e o descanso que Jesus nos dá agora são apenas uma antecipação do descanso verdadeiro que os cristãos experimentarão no céu (Hebreus 4:9).

 

Particularmente, eu nem vejo de fato algum problema no fato de guardamos um dia para total dedicação a Deus, mas aconselho a que tomemos cuidado para que o sábado não se torne um ídolo a parte. Que Deus o abençoe!

 

 

Alionai Ramos – Fortaleza(CE)

 

Pastor Reinaldo eu aprendi desde pequeno na igreja que devemos celebrar missas e acender velas para ajudar nossos parentes já falecidos que estão no purgatório. Mas também já ouvi muitos protestantes condenando essa nossa doutrina. O senhor não acha que é muita crueldade dos protestantes pregar que não existe mais nenhuma chance para nossos amigos e parentes que já morreram?

 

Resposta

 

 Não querido, eu não acho que seja maldade de nossa parte pegar dessa maneira.

 

Segundo o ensino romanista, purgatório é um lugar onde as almas dos pecadores aguardam uma oportunidade para serem salvas. Seria uma estação intermediária, um lugar de "fogo purificador", espécie de "terminal rodoviário" em que as almas ficariam a espera de alguém para lhes indicar o caminho. Tal doutrina, todavia, é contrária à Palavra de Deus.

 

Primeira razão:

 

"Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Romanos 8.1-a)

 

"Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos lava e purifica de todo pecado" (I João 1.7).

 

Somente quem não é de Cristo irá definitivamente para um lugar de tormentos.

 

  Segunda razão: 

 

O sacrifício de Jesus foi perfeito e suficiente. Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Quem entrega sua vida ao Senhor Jesus não fica com pecados remanescentes, "devendo matéria", pendente no pagamento de algum pecado. O perdão de Jesus é total e incondicional (1 João 1.7-9).

 

 Terceira razão: 

 

"Quem nEle crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado" (João 3.18).

 

 Quem morre sem Cristo seguirá direto para um lugar de tormentos, sem retorno. Exemplos: Jesus, ao ladrão na cruz:

 

"Em verdade vos digo que HOJE estarás comigo NO PARAÍSO" (Lucas 23.43).

 

Embora o ladrão tivesse muitos pecados, recebeu o perdão total de Jesus e a promessa de ir direto para o céu, sem passar por nenhuma estação intermediária. O apóstolo Paulo manifestou o desejo de partir logo para "estar com Cristo""para habitar com o Senhor" (Filipenses 1.23: II Coríntios 5.8).

 

Portanto, essa é uma doutrina sem qualquer fundamento bíblico, razão pela qual é rejeitada pela teologia protestante tradicional.

 

Daniele Lima – Niteroi (RJ)

 

Reinaldo, para nós espíritas existe uma relação profunda entre o mundo dos vivos e dos desencarnados (mortos) e cabe aos médiuns fazer esse processo se desenvolver, onde obtemos ajuda das entidades confiáveis para lidarmos e compreendermos melhor as situações que vivemos aqui. por que vocês evangélicos combatem tanto o espiritismo e esse relacionamento entre vivos e desencarnados?

 

Resposta

 

Querida Daniele, agradeço a você por me proporcionar a oportunidade de abordar esse importante tema. Apesar de todo o carinho, respeito e consideração que tenho pelos amigos espíritos, a prática de consulta aos mortos (que na verdade são espíritos malignos enganadores) é amplamente rejeitada pela Palavra de Deus e, portanto, deve ser reprovada por todos aqueles que servem a Deus.

 

Durante milhares de anos, e em várias partes do mundo, algumas pessoas têm buscado revelações especiais, tentando contatar os mortos. Há alguns que crêem firmemente que os mortos retornam para avisá-los de perigos, ou para guiá-los em suas vidas e decisões, ou para assombrá-los e ameaçá-los. Muitas pessoas procuram médiuns que alegam facilitar seu contato com os mortos.

 

Todos os esforços para comunicar com os mortos, sejam diretamente ou através de médiuns, são contra a vontade de Deus e resultarão em condenação. A necromancia, ou comunicação com os mortos, foi explicitamente proibida juntamente com várias outras falsas práticas religiosas, quando os israelitas foram resgatados da escravidão egípcia (Deuteronômio 18:9-14). Tais práticas foram a razão pela qual Deus rejeitou as nações que tinham ocupado a terra de Canaã. Ele advertiu seu povo a não imitar esses pecados, porque eles sofreriam a mesma punição de expulsão da terra.

 

O contexto desta proibição em Deuteronômio 18 ajuda a ver por que a necromancia é abominável a Deus. Depois de uma lista de várias fontes de revelação desaprovadas (18:9-14), encontramos o contraste claro com a fonte aprovada, a Palavra de Deus (18:15). Esta passagem aponta explicitamente para Jesus Cristo, o profeta que seria levantado por Deus. Entender este princípio nos ajuda a ver porque todas as formas de idolatria, adivinhação, astrologia, feitiçaria e necromancia são erradas. Procurar revelação de tais fontes é rejeitar a autoridade do Filho de Deus.