Ser Pastor: significado e missão

14/11/2013 01:32

 

 

“Velai sobre o rebanho de Deus, que vos é confiado.

Tende cuidado dele, não constrangidos, mas espontaneamente;

não por amor de interesse sórdido, mas com dedicação.”

(I Pedro 5:2)

 

 

Tenho recebido muitas mensagens, onde as pessoas afirmam: “gosto de seu trabalho e de sua mensagem. Gosto de você porque você é um pastor diferente dos que vemos hoje em dia”. Confesso que declarações como essa poderiam envaidecer e alegrar algumas pessoas, mas não a mim. Lamento profundamente que opiniões como essa existam e que tenhamos pastores que não sejam dignos dessa tão honrosa missão. Por essa razão, considero necessário tentar esboçar uma explicação sobre o que faz e para que serve um Pastor.

 

 

Ser Pastor não é uma profissão, é um sacerdócio. Não é algo que se faça das 09 às 18h com direito a uma hora de almoço, é algo que se “é” todo o tempo e que se exerce na plenitude da existência.

 

 

Na vida secular é comum o profissional buscar melhores colocações no mercado de trabalho, tentar ganhar melhor. No ministério, a “colocação” melhor que existe é haver intimidade com Deus. O ganho não é algo especulado (pelo menos não deveria ser). Há um equilíbrio entre o possível e a dignidade, ou seja, o que ele precisa para sobreviver e ter uma vida digna que o possibilite estar disponível, sem estar preocupado se vai ser despejado do lugar onde vive com a família.

 

 

Não admito em minha consciência e meu senso de justiça que um pastor seja milionário, assim como, não é justo que mendigue o pão. Ambas as situações são incompatíveis e completamente inaceitáveis. Sendo milionário não vai poder atender às ovelhas e às demandas ministeriais porque o dinheiro será sua prioridade! Assim como se for mendigo, não terá condição de fazer nada por ninguém.

 

 

Não é fácil falar desse assunto porque normalmente as pessoas apegam-se aos exemplos ruins, mas com toda certeza um pastor pode ser muito útil à sociedade. Pode ajudar seu rebanho fazer o que é certo, pode auxiliar casais que estejam com dificuldades no casamento, pode socorrer pessoas que estejam desesperadas, pode através das mais variadas formas ensinar e compartilhar a Palavra de Deus, visitar hospitais, orfanatos, casas de recuperação de viciados em drogas, realizar casamentos, apresentação de crianças a Deus, funerais, saber o que é possível fazer pela sua cidade e bairro, criar projetos de ação social, equipar a igreja com grupos específicos para cuidar das pessoas tendo em vista suas faixas etárias, pode motivar as pessoas a zelarem por suas famílias, pode atualizar os mais simples sobre as notícias importantes, cooperar para que seus membros votem de maneira consciente, pode ( e deve) mergulhar na Bíblia e ao pregar facilitar a aprendizagem das Escrituras Sagradas, pode lutar contra o preconceito seja ele qual for, pode ajudar a descobrir e desenvolver o talento das pessoas, pode ouvir as pessoas em confissão, pode ajudar a reconciliar famílias, incentivar os jovens a respeitarem os mais velhos, a obedecerem seus pais e a estudarem, pode ajudar pessoas com depressão, estresse, ansiedade, pode orar pelos enfermos, visitar pessoas que não tem saúde suficiente para saírem de suas casas, aconselhar pessoas, e muito mais coisas que uma pessoa que trabalhe secularmente não tem tempo para realizar.

 

 

As atividades são tantas que se torna inconcebível a ideia de um pastor ser empresário ou político. O tempo que será destinado a essas outras atividades seguramente o tirarão de suas verdadeiras obrigações como ministro na casa de Deus. Por isso, estou certo de que Deus pode levantar bons empresários e bons políticos em meio ao seu povo, mas nenhum deles será arrancado do ministério ou induzido a tentar inutilmente conciliar essas atividades. Quem é chamado para ser Pastor, jamais será chamado para outra coisa.

 

 

Bons pastores fazem muito mais que os políticos. Entretanto, ser pastor não é um oficio para todos, é para quem foi chamado por Deus! Pastores não tornam dispensáveis profissionais como psicólogos, professores e outros de igual relevância. Podem trabalhar em conjunto para uma sociedade melhor e aproximar as pessoas de Jesus, o Sumo Pastor.

 

Portanto, para merecer essa alcunha não é preciso ser psicólogo, professor, teólogo ou qualquer outra coisa. Basta ser chamado por Deus, ser humilde e honesto. Basta, enfim, ser pastor de ovelhas.