SOPA: uma batalha de proporções globais

08/02/2012 03:18

 

 

Essa eu li no Blog da Revista EPOCA.

 

Em protesto contra lei antipirataria, Wikipédia fica fora do ar

Quem tenta acessar o serviço em inglês da Wikipédia desde as primeiras horas desta quarta-feira (18) encontra a tela acima e não consegue buscar nenhum dos milhões de verbetes postados na enciclopédia colaborativa. Nesta quarta, a Wikipédia está fora do ar, cumprindo a promessa feita no dia anterior, quando anunciou um “apagão” de 24 horas para protestar contra as leis antipirataria Stop Online Piracy Act (SOPA) e Protect IP Act (PIPA), que tramitam no Congresso dos Estados Unidos.

Como explicou ÉPOCA em reportagem publicada na terça-feira, os projetos são polêmicos pois responsabilizam os sites por conteúdo ilegal postado por usuários. Na opinião das empresas, os textos incorrem em censura de conteúdo e, por isso, são inaceitáveis.

Grandes empresas da internet, como Google, Facebook e Amazon, haviam ameaçado realizar um apagão em protesto às leis, mas até aqui não aderiram à manifestação da Wikipédia. O Google, entretanto, faz uma ação de solidariedade. Em sua página em inglês, o site de buscas escreveu: “Diga ao Congresso: Por favor não censure a rede”. Quem clica na frase vai para uma página com o título “acabem com a pirataria e não com a liberdade”, na qual o Google explica sua posição a respeito dos projetos de lei. Mesmo sem essas grandes empresas da internet, o protesto deve ter um impacto significativo. Cerca de 10 mil sites prometem ficar fora do ar por algumas horas nesta semana.

 

 

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A iniciativa de um gigante da internet como o Wikipedia e que, pelo que vemos, tem o apoio de outras empresas de ponta, mostra a grande queda de braço em que consiste essa questão. Por um lado, o poderoso, influente, ganancioso e milonário mercado de produções artísticas, que se queixa de um imenso prejuízo, causado pelo trânsito livre de arquivos que são baixados, sem que isso lhes proporcione qualquer retorno financeiro. Dou outro, sites não menos pujantes, que , paradoxalmente, sobrevivem justamente do que causa prejuízos a seus opositores. O tema é polêmico. É bem verdade que a liberdade de transferência de arquivos, vastamente praticada na web, incorre, em muitos casos, na quebra da mais básica noção do que seja o respeito aos direitos autorais. Mas, por outro lado, os altos custos impostos pela indústria e que inviabilizam o acesso pago a esses produtos, estimula e de uma certa forma até "legitimiza" essas transferências gratuitas.

Talvez a solução fosse uma mudança radiacal na política de comercialização das produções artísticas, por meio da prática de preços acessíveis a todas as massas populacionais. Mas, como não somos crianças a ponto de imaginar que isso seja posto em prática, a real tendência é de que as coisas fiquem exatamente como estão, exceto por pequenas e pontuais mudanças, que certamente serão o resultado final desse combate.

Um outro ponto importante de ser salientado acerca de tudo isso é que, ao contrário, do que muitos pensam, esse é um assunto de interesse público generalizado e não apenas das grandes corporações empresariais envolvidas. Se a lei que tramita no congresso americano for aprovada, haverá uma revolução sem precedentes no uso da internet, inviabilizando a ação da grande maioria dos sites que estão no ar, incluindo nomes fortes como os daqueles que apoiam o gesto do Wikipedia e alcançando na ponta final pessoas comuns como você e eu.

Fica aqui minha nota 10 para todos os internautas que, como eu, usam a web com propósitos construtivos e ficam ligados nos desdobramentos dessa discussão.

E a minha nota 0 da semana vai para todos os alienados (maioria, diga-se de passagem), que estão mais preocupados com a Luiza que foi pro Canadá ou balançando seus quadris inoperantes ao som pífio dos Telós da vida.

 

Que Deus nos abençoe, em Cristo Jesus!

 

 

Reinaldo Ribeiro