Superando a lógica e a vergonha

16/12/2013 02:03

 

 

“Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus

para a salvação de todo aquele que crê:

primeiro do judeu, depois do grego.”

(Romanos 1.16)

 

Hoje eu me deparei com um velho livro que li há mais de 20 anos, tão logo tive meu encontro com Cristo. Fora o sentimento nostálgico e as palpitantes saudades que sempre me invadem e emocionam nessas circunstâncias, duas descobertas me chamaram atenção. Dentro do livro localizei um antigo folheto evangelístico que ressaltava o fato de que nunca nos envergonhamos dos atos deploráveis que praticamos no mundo, mas sempre nos acovardamos diante do reconhecimento público que devemos emitir com relação ao nosso compromisso com Deus. E no verso do folheto, uma frase rabiscada por mim mesmo, a lápis, dizia: “Senhor, que eu sempre me sinta profundamente envergonhado de vir a algum dia me envergonhar de ti”.

 

O Evangelho de Cristo, em todos os tempos, mesmo no primeiro século e de dentro da cultura grega, repleta de deuses, tem soado estranho à mente e razão humanas. O caminho escolhido por Deus para vir a nós, definitivamente, não seria o caminho que Lhe indicaríamos, se nos pedisse opinião. Provavelmente nos responderíamos com algo mais ou menos assim: “Deus, vai ser muito esquisito o Senhor se revelar como um de nós e morrer na cruz. Tudo bem que Jesus vai por fim ressuscitar, um belo final. Poderoso, inclusive. Mas todo o resto será constrangedor. Coloque mais poder e grandeza nessa história! E deixar depois tudo na dependência do vigor de nossa fé?! Senhor tenha paciência, isso não será uma boa ideia!”.

 

O Evangelho anuncia uma vida nova por meio da fé em Cristo, nos chamando a amar mais a Deus que a nós mesmos e ao próximo tal como nos amamos. A amar inclusive inimigos e tratar bem quem nos trata mal. No Evangelho, servir é sinal de grandeza e dar é melhor que receber. Paulo não se sente envergonhado por essa falta de lógica, mas a vê como poder que salva a quem crê. O sentido que faz o Evangelho só é conhecido pelos que, pela fé, vivem no Evangelho.

 

Viver no Evangelho é lidar com a vida a partir das suas propostas ilógicas, mas que fazem todo sentido e dão sentido à vida, tornando-se poder e salvação de Deus para nós. É crer que se é amado por Deus, mesmo quando tudo parece que está dando errado. É, insistentemente, mudar o centro da vida, deslocando-o para Deus e incluindo o próximo. O Evangelho muda tudo, porque nos muda. Ele é Jesus e se torna a lógica da vida em cada um dos que vivem pela fé em Jesus.

 

Olhando de fora ele é constrangedor, estranho, diferente e ilógico. De dentro, porém, é justiça, paz e alegria na comunhão do Espírito Santo. Sendo assim, alegre-se e não desperdice a oportunidade de assumir para o mundo seu compromisso com Cristo. O Evangelho não se envergonhou de nós. Seria loucura nos envergonhar dele!

 

 

“"Quem, pois, me confessar diante dos homens,

eu também o confessarei diante do meu Pai que está nos céus.

Mas aquele que me negar diante dos homens, eu também o negarei

diante do meu Pai que está nos céus.” (Mateus 10:32-33)