TEMAS POLÊMICOS À LUZ DA BÍBLIA

25/08/2014 01:05

 

 

Adna Cilene – Carajás (PA)

 

Pastor Reinaldo eu pertenço a uma igreja que é muito  rígida e proíbe que as mulheres usem joias. Mas também já ouvi sobre algumas igrejas que liberam. Quem tem razão? Afinal a mulher cristã pode ou não usar artigos de beleza, como joias e maquiagens?

 

Resposta

 

Querida irmã Adna, paz e graça. Obrigado por sua pergunta. Tentarei ser o mais didático possível, para lhe ajudar a tirar uma conclusão acerca desse assunto.

Paulo disse: “Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas)” (I Timóteo 2:9-10).
 
Pedro acrescentou: “Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus. Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus” (I Pedro 3:3-5).Algumas igrejas, citando esses versículos, proíbem o uso de joias. Outras defendem tal prática, mas sem explicar biblicamente como justificar seu uso. Se esses versículos proíbem o uso de joias e maquiagens, nenhuma cristã deve usá-las. Se a mulher as usar, ela deve saber como explicar as instruções reveladas por Paulo e Pedro.

 

Para entender essas passagens, temos que, primeiro, examinar a gramática. Ambas usam uma construção de contraste que serve para enfatizar que uma coisa é importante e a outra é de menor valor. Observe que eles dizem que a mulher não deve praticar uma coisa, mas (ou porém) deve agir de outra maneira. Esta construção é usada, às vezes, para definir prioridades, e não para impor uma proibição absoluta. Considere um outro exemplo claro: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna” (João 6:27). Aqui, sabemos que ele não está proibindo o trabalho para se sustentar. De fato, tal trabalho é exigido pelo Senhor (II Tessalonicenses 3:10,12; Efésios 4:28). É questão de prioridade, não de proibição.

 

O segundo passo para entender as instruções de Paulo e Pedro é examinar o resto do argumento no contexto. Os dois citam mulheres do Velho Testamento como exemplos. Quando estudamos as práticas de tais mulheres santas, aprendemos que o uso de joias e boas roupas era uma coisa comum (veja Gênesis 24:22,30,53; Isaías 61:10; Provérbios 1:9; 31:22).

 

Mas, o uso de joias ou de roupas finas não é o ponto principal na vida de nenhuma delas. Eram conhecidas como mulheres santas por causa do caráter espiritual e o espírito submisso e humilde. Uma mulher dessas nunca usaria joias excessivas, nem usaria uma roupa que mostra o corpo de uma maneira sensual. Por quê? Porque ela é santa e serve a Deus de coração!

 

Desta feita, entendo que a mulher não está proibida pela Bíblia de usar joias, maquiagens ou roupas extravagantes, mas ela deve evitar tais coisas, por amor a Cristo e por santidade ao Senhor.

 

Clésio Trindade – Maceió (AL)

 

Meu querido pastor me tire uma dúvida. É correto o crente dançar? Ou haveria algum impedimento bíblico para isso? Como o senhor sabe hoje os jovens cristãos principalmente estão dançando em festas, em casa e até mesmo dentro da igreja. Qual a sua posição sobre isso.

 

Resposta

 

Meu amado irmão Clésio, se você me fizesse essa pergunta há 20 anos, seria muito fácil responde-la. Mas hoje, quando vemos a dança sendo considerada um ministério por muitas igrejas, cabe de fato uma reflexão mais atenta sobre o tema.

 

Algumas pessoas, quando perguntam se é pecado dançar, querem um trecho bíblico que explicitamente condena todo tipo de dança. Tais pessoas buscam em vão um versículo que não existe. Vamos ver o que a Bíblia diz sobre danças, e como julgar pela Palavra de Deus as danças modernas.

Danças na Bíblia, como nos dias de hoje, não são todas iguais. Podemos ver, pelo menos, dois tipos de danças na Bíblia:

 

Muitas danças foram uma expressão de alegria e de regozijo, até em louvor e celebração diante de Deus (2 Samuel 6:14-16; Salmo 150:4; Jeremias 31:4,13; Lamentações 5:15; Mateus 11:17; Lucas 15:25). Em algumas das citações do Antigo Testamento, parece que as mulheres dançavam separadas dos homens (Êxodo 15:20; Juízes 21:21-23; 1 Samuel 18:6).

 

Mas outras danças tinham um aspecto sensual, com intenção de agradar os homens. A filha de Herodias dançou de uma maneira que agradou aos homens na festa do rei, levando este líder a fazer uma promessa irrefletida (Marcos 6:21-28).

 

Nos dias de hoje, como pessoas governadas pela Palavra de Cristo, devemos dançar?

Da mesma maneira que encontramos danças diferentes na Bíblia, podemos ver danças hoje com propósitos e estilos diferentes. Condenar toda e qualquer atividade chamada de “dança” seria uma postura indefensível em termos bíblicos. Não devemos fazer as nossas próprias leis em relação à vontade de Deus (Mateus 15:9).

 

Mas dentro da Palavra de Deus, o que podemos observar?

 

Primeiro, devemos notar que danças não fazem parte da adoração ordenada por Deus no Novo Testamento. Como muitas outras expressões físicas de louvor (sacrifícios de animais, incenso, bater palmas, instrumentos musicais), danças de louvor pertencem à Antiga e não à Nova Aliança. Isso desfaz qualquer base bíblica que se queira oferecer para a dança pertencendo ao culto cristão.

 

Segundo, devemos admitir que a grande maioria das danças praticadas hoje tem um elemento sensual. A não ser um homem dançando com a sua própria mulher num lugar privativo, a prática quase sempre envolve conduta, contato e pensamentos impróprios. Seja pelo toque íntimo do casal ou pelo movimento que destaca a sensualidade do corpo, o efeito da maioria das danças é incitar pensamentos impuros.

 

O verdadeiro servo de Deus faz morrer a impureza, a paixão lasciva e os desejos malignos (Colossenses 3:5). Seu compromisso com Deus o mantém longe de danças e outras atividades que provocam desejos e pensamentos errados. Assim penso. Deus o abençoe!

 

Glauco Regis Jr – Anápolis(GO)

 

Pastor, a questão do dízimo é um assunto muito debatido em nossos dias. A maioria coloca como sendo uma obrigação de todo crente entregar mensalmente 10% de sua renda na igreja. Já outros dizem que não temos essa obrigação. Eu queria me livrar dessa dúvida, pois me sinto confuso entre os dois lados. O senhor pode me ajudar?

 

Resposta

 

Amado irmão Glauco, a Bíblia já lhe oferece total ajuda para compreender essa questão. Eu apenas lhe trarei aqui o que claramente vejo na Palavra a esse respeito.

 

As pessoas religiosas, hoje em dia, ouvem muita coisa a respeito do dízimo. Os pregadores, frequentemente, citam Malaquias 3:10 para encher os cofres de suas igrejas. Nesta passagem, o profeta de Deus disse: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida.”

 

Que texto de pregação poderoso! Mandamento de Deus. Obrigação clara. Teste de fidelidade. Garantia de bênção. Não é surpresa que esta seja uma passagem favorita de muitos pregadores modernos.

 

Mas estariam estes pregadores tratando corretamente a palavra de Deus (veja 2 Timóteo 2:15)? Deus exige nossos dízimos hoje em dia? Ele está prometendo bênçãos materiais abundantes em retribuição? Examinemos estas questões de acordo com a Bíblia para determinar o que Deus realmente quer (veja Atos 17:11).

 

Deus exige nossos dízimos, hoje em dia?

Não há dúvida que Deus exigiu o dízimo na Bíblia. Mas, para entender sua vontade para os dias de hoje, precisamos examinar as passagens que discutem o dízimo. Pesquisemos brevemente o ensinamento bíblico sobre este assunto.

 

O dízimo antes da lei de Moisés

 

Antes que Deus revelasse uma lei escrita a Moisés, para governar os descendentes de Israel, encontramos duas ocasiões quando homens deram ou prometeram dízimos a Deus. Depois do resgate de pessoas e de bens que tinham sido tomados de Sodoma numa guerra, Abraão deu um dízimo a Melquisedeque, o sacerdote de Deus (Gênesis 14:18-20). Mais tarde, Jacó (o neto de Abraão) prometeu devolver a Deus 10% de sua prosperidade (Gênesis 28:22). Estes dízimos parecem ter sido voluntários. Não há registro de qualquer mandamento de Deus a respeito do dízimo antes do tempo de Moisés. Certamente, o dízimo de Abraão não é mais um padrão para hoje na mesma forma que o exemplo de Noé não exige que nós construirmos uma arca hoje em dia. Pela mesma razão que pregadores hoje em dia não têm o direito de exigir que você construa um grande barco, eles não têm base para usar os exemplos de doações de dízimo do livro de Gênesis para exigir que você dê 10% de sua renda a uma igreja.

 

O dízimo na lei de Moisés

 

É indiscutivelmente claro que Deus ordenou o dízimo na lei que ele deu através de Moisés. Muitas passagens mostram essa exigência (por exemplo, Levítico 27:30-33; Números 18:21-32; Deuteronômio 12:1-19; 26:12-15). O dízimo era uma característica da relação especial entre Deus e o povo escolhido de Israel (Deuteronômio 14:22-29). Nenhum estudante da Bíblia pode negar a necessidade do dízimo, sob a lei de Moisés.

 

Sempre que as pessoas se referem à lei de Moisés, é importante lembrar que Deus deu essa lei aos israelitas, descendentes de Abraão especialmente escolhidos. A manutenção dessa lei era necessária para mostrar que eles eram um povo separado, escolhido (Êxodo 19:1-6; Deuteronômio 26:16- 19). Estes mandamentos a respeito do dízimo foram parte “da lei de Moisés, que o Senhor tinha prescrito a Israel” (Neemias 8:1).

 

Malaquias viveu no mesmo tempo que Neemias. Ele era um judeu que pregava aos judeus (Malaquias 1:1). Ele viveu sob a lei de Moisés e encorajou outros israelitas a serem obedientes a essa lei (Malaquias 2:4-8, 10; 4:4). Ele usou pensamentos dessa lei para prever as responsabilidades e bênçãos espirituais, ainda por vir, através de um descendente de Abraão, mas não impôs sobre todas as pessoas de todos os tempos a obrigação de dar o dízimo. Qualquer esforço para voltar à lei de Moisés, hoje em dia, é um esforço para reconstruir o muro de separação que Jesus morreu para destruir (Efésios 2:11-16). Certamente, os verdadeiros seguidores de Jesus não quererão anular seu sacrifício só para acumular dinheiro no tesouro de uma igreja!

 

O dízimo no Novo Testamento

 

Todas as pessoas agora vivem sob a autoridade de Cristo, como foi revelada no Novo Testamento (Mateus 28:18-20; João 12:48; Atos 17:30- 31). Sua vontade entrou em vigor depois de sua morte (Hebreus 9:16-28). Estes fatos nos ajudarão a entender as passagens do Novo Testamento, a respeito do dízimo.

 

Durante sua vida, Jesus reconheceu a autoridade da lei de Moisés. Ele era um judeu, nascido sob a lei (Gálatas 4:4) e com a missão de cumprir essa lei (Mateus 5:17-18). Jesus criticou os judeus hipócritas, que negligenciavam outros mandamentos divinos, enquanto zelosamente aplicavam a lei do dízimo (Mateus 23:23; Lucas 11:42; 18:9-14). Jesus não ensinou que a lei do dízimo seria uma parte de sua nova aliança, que entraria em vigor após sua morte.

 

O livro de Hebreus fala do dízimo, para mostrar a superioridade do sacerdócio de Jesus, quando comparado com o sacerdócio levítico da Velha Lei (Hebreus 7:1-10). Esta passagem não está ordenando o dízimo para hoje em dia. De fato, o mesmo capítulo afirma claramente que Jesus mudou ou revogou a lei de Moisés (Hebreus 7:11-19). O dízimo não é ordenado na lei de Cristo, que é o Novo Testamento.

 

Que lei se aplica hoje?

 

Não vivemos sob a lei de Moisés, hoje em dia. Jesus aboliu essa lei por sua morte (Efésios 2:14-15). Estamos mortos para essa lei para que possamos estar vivos para Cristo (Romanos 7:4-7). A lei gravada nas pedras, no Monte Sinai, extinguiu-se e a nova aliança permanece (2 Coríntios 3:6-11). A lei funcionou como um tutor para trazer o povo a Cristo, mas não estamos mais sob esse tutor (Gálatas 3:22-25). Aqueles que desejam estar sob a lei estão abandonando a liberdade em Cristo e retornando à escravidão (Gálatas 4:21-31). As pessoas que voltam a essa lei estão decaindo da graça e se separando de Cristo (Gálatas 5:1-6). Não temos o direito de retornar a essa lei, para obrigar que guardem o sábado, a circuncisão, os sacrifícios de animais, as regras especiais sobre roupas, a pena de morte para os filhos rebeldes, o dízimo e qualquer outro mandamento da lei de Moisés.

 

Vivemos sob a autoridade de Cristo e temos que encontrar a autoridade religiosa na nova aliança que ele nos deu através de sua morte. Ele é o mediador desta nova aliança (Hebreus 9:15). Seremos julgados por suas palavras (João 12:48-50). Desde que Jesus tem toda a autoridade, temos a responsabilidade de obedecer tudo o que ele ordena (Mateus 28:18-20).

 

O que o Novo Testamento diz a respeito das dádivas?

 

Jesus, através de Paulo, ensina que as igrejas devem fazer coletas nas quais os cristãos darão de acordo com sua prosperidade (1 Coríntios 16:1- 2). Temos que dar com amor, generosidade e alegria, conforme tencionamos em nossos corações (2 Coríntios 8:1-12; 9:1-9). Portanto, podemos dar mais do que 10% ou menos do que 10%. Temos que usar nossos recursos financeiros, e todos os outros recursos, no serviço de Deus. Não somos mandados por Deus para darmos uma porcentagem especial.

 

E a respeito das bênçãos?

 

Malaquias pregou a uma nação carnal que estava sofrendo as conseqüências carnais do pecado. Ele prometeu bênçãos materiais de Deus para aqueles que se arrependessem de sua desobediência. Não encontramos esta importância material no Novo Testamento. Deus garante aos fiéis que eles não precisam se preocupar com as necessidades da vida (Mateus 6:25-33).

 

Mas o Novo Testamento não promete luxo, conforto e riquezas. Jesus sofreu nesta vida, e assim seus seguidores sofrerão (Marcos 10:29-30; Lucas 9:57-62). A preocupação com a prosperidade material nos distrai da meta celestial e nos arrasta à idolatria da cobiça (Colossenses 3:1-5). Tais motivos não têm nenhum lugar entre os cidadãos do reino de Deus.

 

Destorcendo Malaquias 3:10

 

Aqueles que citam Malaquias 3:10 para exigir o dízimo, e prometem prosperidade material, estão destorcendo a palavra de Deus. Eles estão enchendo os tesouros das igrejas ao desviarem a atenção de seus seguidores das coisas espirituais para darem atenção às posses materiais. Pedro advertiu sobre tais mestres: “Também, movidos pela avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme” (2 Pedro 2:3).

 

Mirando a meta celestial

 

Deus oferece uma coisa muito melhor aos seus seguidores: um prêmio eterno no céu. Paulo nos desafia a mirar essa meta: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as cousas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas cousas lá do alto, mas não nas que são da terra” (Colossenses 3:1-2).

 

Sinta-se tranquilo diante desse tema meu irmão, pois Deus não precisa do nosso dinheiro. Nós é que precisamos aprender a fazer uso do mesmo de modo racional, manifestando um sincero sentimento de adoração, ao doá-lo na Obra do Senhor, sem qualquer expectativa de retorno material em função disso, pois Deus é o Criador do universo e não um investidor financeiro.

 

Genildo Maia – Belo Horizonte(MG)

 

Querido homem de Deus eu sou admirador demais do seu trabalho e faz tempo que venho mandando perguntas. Espero que essa seja respondida. Pastor eu tenho 44 anos e nunca me casei. Sou um homem independente, tenho liberdade e sinto que isso me ajuda até a servir melhor a Deus. Na verdade eu concordo com Paulo e acho que ninguém deveria se casar quando se converte. O que o senhor pensa sobre isso?

 

Resposta

 

Meu querido irmão, obrigado por nos acompanhar dessa forma tão gentil. Me perdoe não ter atendido a outras de suas perguntas, mas ocorre que recebemos centenas por semana e vamos fazendo esse trabalho aqui dentro de nossas limitações humanas e sob a graça do nosso Deus. Agora sobre a sua pergunta.

 

Vivemos num ambiente cultural que ressalta a autoconfiança e a independência. De fato, somos inclinados a fazer da independência um “deus”. Esta ênfase na individualidade tem sido adotada por vários “movimentos” pelos direitos de homens e mulheres e tem contribuído para desconfiança e infelicidade entre sexos.

 

Conquanto uma certa quantidade de independência seja boa e necessária, não será difícil ver que Deus jamais pretendeu que homens e mulheres fossem independentes uns dos outros. O próprio fato que ele nos fez “homem e mulher” (Gênesis 1:27), e instituiu suas leis para a reprodução humana do modo como o fez, nos deverá dar um indício. Para se tirar toda a dúvida, Deus revelou através do apóstolo Paulo que “… nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus” (1 Coríntios 11:11-12).

 

Ainda que Deus tenha criado ambos, homem e mulher, no mesmo dia, o homem foi “formado” primeiro (1 Timóteo 2:13). Não levou muito tempo para que Deus determinasse que “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gênesis 2:18). O registro diz que Deus trouxe todos os animais diante de Adão com o propósito de nomeá-los, “… para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea” (Gênesis 2:20). Então Deus fez com que Adão pegasse no sono. Este deve ter sido o ato mais fácil de Deus, pois certamente a esta hora do dia, sem nem uma mulher em quem pensar, Adão deveria estar bem entediado. Quando Deus terminou, Adão acordou para ver o toque final em sua “muito boa” criação.

 

Não é por acidente, sem dúvida, que tanto Moisés (quando ele escreveu o livro de Gênesis) como Jesus, tirem a mesma conclusão deste evento. Deus fez a mulher porque o homem necessitava de uma companheira adequada na vida, e “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gênesis 2:24, como citado em Mateus 19:5).

 

Jesus estava respondendo uma questão sobre divórcio quando usou esta prova. Sua resposta à questão foi, “De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19:6). De acordo com Jesus, assim como Deus uniu Adão e Eva, ele une um homem e uma mulher hoje. Eles não são mais dois porque ele os fez um. Portanto, um homem divorciar-se de sua esposa é tanto uma violação da soberania de Deus como se Adão tivesse rejeitado Eva. A única exceção que Jesus ofereceu a esta regra era no caso em que a separação fosse provocada pelo pecado da fornicação (Mateus 19:9).

 

Ainda que Adão fosse um macho, sobre quem Deus disse que a solidão “não era boa”, isso também é verdadeiro quanto às mulheres. De fato, é uma nota de rodapé interessante que a palavra “homem” naquele versículo (Gênesis 2:18) seja traduzida da palavra hebraica “adam”, que é definida como “ser humano”. Assim, tivesse Deus decidido fazer a mulher primeiro, ainda haveria a necessidade de um parceiro adequado para ela. Neste estudo estamos focalizando naquela necessidade humana do ponto de vista masculino. A conclusão a que nosso Criador chegou é que um homem precisa de uma mulher.

 

Esta verdade é universal em um sentido, pois nenhum homem pode nascer neste mundo sem uma mulher, e mesmo depois do processo do nascimento ele precisa de sua mãe para satisfazer tanto suas necessidades físicas como emocionais. Mais tarde na vida, quando suas necessidades mudam, é provável que ele busque outra mulher para ajudá-lo a levar uma vida plena. Observe que eu digo que é “provável” (a regra) que ele buscará uma companheira na vida. Há algumas exceções a esta regra.

 

Ainda que a vasta maioria se case, certamente não é errado se um homem decidir não fazer isso. Jesus é o exemplo mais óbvio de alguém que não tomou esposa, e prova além de qualquer dúvida que o celibato pode ser uma escolha nobre. Numa ocasião, quando seus discípulos estavam para concluir que “é melhor não casar”, Jesus explicou que o celibato não era para todos. Ele revelou (em Mateus 19:11-12) que há três tipos de homens que podem aceitar o estilo de vida não convencional do celibato.

 

Ele fala daqueles que nasceram eunucos. Ele está incluindo não somente aqueles que são incapazes de função sexual (por causa de um defeito de nascimento) mas também aqueles que não têm desejo de relações sexuais.

 

Ele também se refere àqueles que “são feitos eunucos pelos homens”. Desde os tempos antigos, o homem tem sido capaz de tornar cirurgicamente um homem inadequado para o casamento.

 

Então, há aqueles que “se fizeram eunucos”, uma frase que se oferece àqueles que, por força de vontade, escolheram uma vida de celibato.

 

O grande apóstolo Paulo nunca se casou, mas indicou que tinha direito de fazer isso (1 Coríntios 9:5). Isto sugeriria que ele caiu na terceira categoria mencionada no parágrafo precedente. Ele estava tão ocupado no trabalho do reino que não queria ser posto na posição de se preocupar em “como agradar sua esposa” (1 Coríntios 7:33). Ele não hesitava em recomendar sua escolha a outros, até mesmo expressando sua vontade de que “todos os homens” fossem como ele a respeito disto (1 Coríntios 7:7). Contudo, foi ele quem escreveu que era “por causa da impureza” que os homens tinham que casar (1 Coríntios 7:2), e advertia aqueles que não tinham sua força de vontade (que é a maioria da população masculina) que “é melhor casar do que viver abrasado” (1 Coríntios 7:9).

 

É importante reconhecer a verdade de que o casamento é prescrição de Deus para ajudar homens e mulheres a evitar a fornicação. Como homem, isso deverá ajudá-lo a ter uma maior apreciação pela sua esposa. Você deverá vê-la como um dom valioso de seu Criador, altamente apreciável (e belamente embalado!). Ele sabia exatamente do que você precisava para ajudá-lo a ir para o Céu.

 

Helenilda Rodrigues – Viçosa(MG)

 

Pastor Reinaldo eu pertenço desde menina a uma igreja que sempre foi conservadora. Houve um grande reboliço no ano passado, boa parte da igreja saiu e os que ficaram aderiram ao movimento chamado G12. Um dos assuntos mais falados agora é a teologia da prosperidade. Está havendo um trabalho muito forte de nos ensinar que essa teologia é bíblica e verdadeira. Eu estou meio assustada com tudo isso e peço ao senhor que me ajude a entender esse assunto melhor. Obrigada e fique na paz de Deus.

 

Resposta

 

Paz e graça minha amada irmã Helenilda. Não é novidade para ninguém aqui que sou um público, notório e ferrenho opositor do G12 e suas heresias. A teologia da prosperidade, sem dúvida, é o carro chefe dessas heresias.

 

No evangelho da prosperidade, também conhecido como a religião “Palavra da Fé”, o fiel é encorajado a usar Deus, enquanto a verdade do Cristianismo bíblico é justamente o contrário – Deus usa o fiel. O movimento Palavra da Fé ou Teologia da Prosperidade enxerga o Espírito Santo como um poder a ser usado para qualquer coisa que o crente queira alcançar e é um movimento que muito se parece com a ganância tão destrutiva que se infiltrou na igreja primitiva. Paulo e os outros apóstolos não tentaram conciliar sua teologia com a dos falsos mestres que tentaram propagar tal heresia. Eles os identificaram como mestres falsos e perigosos e muito encorajaram os Cristãos a evitá-los.

 

Paulo advertiu Timóteo sobre: “Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” (1 Timóteo 6:5; 9-11)

 

Paulo disse que avareza é idolatria (Efésios 5:5) e proibiu os crentes de Efésios a evitar qualquer pessoa que trouxesse uma mensagem de imoralidade ou avareza (Efésios 5:6-7). O ensino da prosperidade impede que Deus trabalhe sozinho, quer dizer, Deus não é o Senhor de tudo porque Ele não pode trabalhar até darmos a Ele a autoridade para assim fazer. Fé, de acordo com a doutrina da Palavra da Fé, não é confiança submissa a Deus; fé é uma fórmula pela qual manipulamos as leis espirituais, pois os professores da prosperidade acreditam que governam o universo. Assim como o nome “Palavra da Fé” implica, esse movimento ensina que fé é só uma questão do que dizemos, mais do que em quem confiamos ou em quais verdades adotamos e afirmamos em nossos corações.

 

Um termo favorito no movimento de Palavra da Fé é “confissão positiva”. Refere-se ao ensino de que palavras têm poder criativo. O que você diz, assim os mestres da Palavra da Fé afirmam, determina tudo que acontece com você. Você já deve ter ouvido falar no famoso “Profetiza” ou “Declara”, que eles pedem que falemos o tempo inteiro. Suas confissões, especialmente os favores que você exige de Deus, devem ser afirmados positivamente e sem qualquer dúvida de que vão acontecer. Então Deus tem a responsabilidade de responder a tal pedido (como se o homem pudesse exigir qualquer coisa de Deus!).

Portanto, a habilidade de Deus de nos abençoar supostamente depende da nossa fé. Tiago 4:13-16 claramente contradiz esse ensinamento: “Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é maligna”.

Longe de enfatizar a importância de riquezas, a Bíblia nos adverte contra ir atrás de bens materiais. Os crentes, principalmente os líderes da igreja (1 Timóteo 3:3), devem se livrar do amor ao dinheiro (Hebreus 13:5). O amor ao dinheiro leva a várias formas de mal (1 Timóteo 6:10). Jesus advertiu: ” Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lucas 12:15).

 

Em grande contraste à ênfase da Palavra da Fé em ganhar dinheiro e ter muitas posses nessa vida, Jesus disse: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mateus 6:19). A contradição irreconciliável entre o ensino do evangelho da prosperidade e o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo é resumido nas palavras de Jesus em Mateus 6:24: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.”

 

Creia dessa forma minha irmã e não se deixe contaminar por tão perniciosa heresia. Paz.