"Tudo que te diz o meu calar"

Quando me calo, proclamo os gritos de minha covardia

Digo o que meus olhos não se cansam de te dizer

Afirmo habitar em ti todo meu sonho de alegria

Confirmo o que jamais disseram meus lábios: amo voce!

Quando me calo, passo a cantar emoções que me são proibidas

Reafirmo meus gritos diários, quando visitas o meu sonhar

As mesmas palavras que afirmo às estrelas, minhas únicas amigas

Elas escutam em meio ao meu silêncio, que insisto em te amar!

Quando me calo, eu te peço que me vejas pelo menos uma vez

Que escutes as batidas nervosas de um coração que já te dei

Que percebas que não corro aos teus abraços, por medo ou sensatez

E que do amor que guardo, mesmo calado, eu sempre te falei!

Quando me calo, eu sou o mais corajoso dos homens

O oposto das máscaras, que escondem meu teatro de simples amigo 

Calado eu te beijo em sonho, e teus olhos irmãos de mim somem

Calado, caem as lágrimas de meu amor, condenado a ser contido!