Uma luz em meio ao luto
“O Senhor é refúgio para os oprimidos,
uma torre segura na hora da adversidade.”
(Salmos 9:9)
Há poucos dias eu recebi uma mensagem profundamente emocionada de um irmão na fé, já em avançada idade, que me pedia conselho sobre como lidar com a recente perda de sua esposa, com a qual havia vivido mais de cinco décadas do mais puro e verdadeiro amor. Lembro-me de lhe ter dito que quanto mais feliz foi ou é um matrimônio, tanto mais dolorosa é a despedida, a separação! Isto também vale para pais que perderam um filho amado, para filhos que têm de seguir a vida sem seu pai ou sua mãe ou para qualquer outra pessoa que se vê apartado pela morte de alguém que muito ama.
Tristeza não é pecado. O Senhor Jesus também chorou junto à sepultura do seu amigo Lázaro (João 11.35-36). Luto e tristeza fazem parte da última despedida, pois não somos máquinas insensíveis, mas pessoas dotadas de alma.
Da superação de uma perda tão grande faz parte, quase sempre, o questionamento de muitas coisas. Mas, em meio à maior dor, os filhos de Deus devem ter em mente o seguinte:
Deus está no comando
Em última análise, ninguém morre de alguma enfermidade, de acidente ou por qualquer outra razão, por descuido ou abandono dos céus, mas pela vontade de Deus. Em outras palavras: somente o Senhor determina quando uma vida chega ao fim, pois está escrito: “Nas tuas mãos, estão os meus dias” (Salmos 31.15). Por favor, leia também Salmo 139.16, Salmo 90.5 e Eclesiastes 3.1-8.
Nós – e também nossos entes queridos – não estamos entregues à própria sorte, mas estamos nas mãos do Deus vivo! Na verdade, desde a queda no pecado, a morte faz parte da vida, mas somente o Senhor determina a hora do fim da nossa existência. E mesmo que Seu coração jamais nos projete o mal, Sua soberania e os perfeitos mistérios da Sua vontade, decidem nossos destinos.
Há consolo para aqueles que o buscam em Deus
Também é importante atentar para II Coríntios 1.3. Deus é um Deus de “toda consolação”, que consola os Seus, mas Ele somente pode fazê-lo se o quisermos! Por este motivo, pessoas enlutadas sempre deveriam ter em mente não confundir o luto por um ente querido com autocompaixão, pois esta sempre é destrutiva e não tem promessa de consolo. A disposição de receber o consolo de Deus se manifesta no fato de aceitarmos os caminhos de Deus, mesmo que não os entendamos! Deus não espera que reprimamos as nossas lágrimas, Ele espera que digamos: “Senhor, o teu caminho é santo (Salmos 77.14), e por isso me submeto à Tua vontade e ao Teu desígnio”. Quem faz isto sinceramente se aquieta interiormente e recebe o consolo e a ajuda de Deus nas horas mais difíceis!
Aquele, porém, que se rebela contra a vontade de Deus e, consciente ou inconscientemente, tenta ultrapassar os limites entre os vivos e os mortos, tendo “contato” com algum falecido após a sua morte (por exemplo, falando com ele), não somente se torna culpado diante de Deus, que estabeleceu estes limites, mas prejudica seriamente a si mesmo (depressões, influência oculta, etc.), pois abre espaço para ser enganado e aprisionado por Satanás.
Hoje, sinto na própria pele a necessidade de compreensão dessa verdade, pois acabo de perder uma pessoa próxima e muito querida. Por isso, aqui estou clamando ao Senhor para que me dê muita graça e sabedoria para lidar com tão adversa situação – voltando meu coração para o “Deus de toda consolação”, que de fato nos consola ricamente!
Este desejo sincero também se estende de todo o coração, aos leitores desta Reflexão, que tal como eu, estão enlutados!